Agricultura familiar movimenta o mercado de máquinas no Brasil
O Plano Safra 2024/2025 apresentou linhas de crédito e incentivos com um total de R$ 400,59 bilhões destinados a financiamentos.
O Plano Safra 2024/2025, lançado pelo Governo Federal em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), apresentou linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas para os produtores rurais no Brasil. Ao todo, serão mais de R$ 400 bilhões destinados a financiamentos. Isso representa um aumento de pelo menos 10% no comparativo à safra anterior. De acordo com o Mapa, o diferencial deste plano é o conjunto de medidas que beneficiarão a agricultura familiar. Isso deve impulsionar também a produção sustentável de alimentos e o setor de máquinas agrícolas no Brasil.
Na prática, o Plano Safra 2024/2025 apresenta juros menores e a ampliação de garantias de acesso. A iniciativa garante que R$ 85,7 bilhões serão destinados exclusivamente para o desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil.
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Historicamente, de acordo com o Ministério, esta é a maior parte destinada ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf): R$ 76 bilhões. Esse valor representa um aumento de mais de 43% do anunciado na safra 2022/2023. Segundo o governo, a ideia é beneficiar diretamente 4,6 milhões de propriedades com menos de 100 hectares, em todo o país.
Para Rafael Luche, especialista de mercado e gerente de vendas, pós-vendas e marketing da FertiSystem (empresa de tecnologias de plantio), o Plano Safra 2024/25 oferece dois cenários do ponto de vista do mercado de máquinas. Um deles, mais deliciado, está relacionado aos incentivos para médios e grandes produtores que esperavam um apoio maior deste Plano Safra. “Esses produtores só vão realizar uma compra se ela for realmente necessária. Por outro lado, para a agricultura familiar, a taxa de juros veio mais competitiva e, essa classe sim, tende a fazer mais investimentos”, explicou.
Mercado de máquinas no Brasil
O mercado de máquinas no Brasil está otimista. Empresas nacionais fecharam diversas parcerias regionais para garantir as vendas para os pequenos produtores da agricultura familiar. Nesse sentido, alguns lançamentos já estão acontecendo e os portfólios das empresas contam cada vez mais com a tecnologia.
Luche relatou o caso do Rio Grande do Sul. Lá, ele fechou parceria com a Solumont e ambas as empresas devem crescer no estado. “No Rio Grande do Sul, a agricultura familiar tem algumas particularidades. Até pouco tempo, era um segmento vocacionado para produção de aves, suínos, fruticultura, horticultura, entre outros. Porém, nos últimos anos, em algumas regiões a soja ganhou espaço, e por serem áreas menores, os produtores conseguem demandar mais atenção à cultura, possibilitando atingir maior produtividade a cada safra”, detalhou o especialista
Novas tecnologias para a agricultura familiar
Com o lançamento do Plano Safra, os agricultores familiares poderão aderir às novas tecnologias para o trabalho. Exemplo disso são os dosadores mecânicos de semente graúda, tarefa que até pouco tempo era feita de forma manual pelos agricultores.
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“Cada região tem sua característica. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os produtores devem continuar plantando com máquinas mecânicas, explicou Luche. “São produtores que necessitam de equipamentos menores, mas que, ao mesmo tempo, possuam tecnologias importantes, como acionamento elétrico e sensoriamento, e é nisso que estamos focados”, exemplificou o especialista.
Outra novidade que deve entrar com tudo nas propriedades de agricultura familiar são os dosadores de adubo. “Automatizados, eles garantem a uniformidade, a alta durabilidade, a fácil manutenção e a precisão ao longo da linha de plantio de diferentes culturas, uma vez que eles fornecem a dose certa de fertilizante”, finalizou.