Agricultura tropical é peça-chave contra fome
Especialistas reforçam papel do agro na segurança alimentar e debatem alternativas para melhoria de produtividade
O agronegócio brasileiro pode assumir um protagonismo cada vez maior no combate à insegurança alimentar, segundo especialistas reunidos no recente Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), promovido Associação Brasileira do Agronegócio e pela bolsa de valores B3.
A lista dos defensores inclui o ex-ministro e atual embaixador especial da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e de Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA).
Para Rodrigues, o Brasil precisa montar uma estratégia consistente, adequada e articulada com o setor privado, para avançar no papel assinalado. E, mais do que isso, o país tem que fortalecer a parceria com outros produtores agrícolas do mundo tropical.
Contenção de danos
Suene, por sua vez, avalia que a estratégia brasileira precisa incluir a contenção de danos em relação às possíveis regulamentações internacionais, com destaque às da Comunidade Europeia. Outra frente de ataque envolve fortalecer a influência no debate internacional, principalmente na área técnica. Para ela, o Brasil tem que “influenciar quem influencia”.
Silvio Cascione, diretor e chefe da Eurasia Group no Brasil, é outro especialista que confirma o protagonismo do país e amplia a cartilha de orientações. Ele adiciona a questão de financiamento externo para fomentar as iniciativas de agricultura de baixo carbono e outras ações como a recuperação de áreas degradadas.
De acordo com o site da Band, Cascione defende que o Brasil mantenha sua posição de neutralidade, investindo no multilateralismo. Esse ponto de vista permitiria um diálogo aberto com China, Índia, Oriente Médio, Estados Unidos e Europa, para citar alguns exemplos.
Já Cristiano Noronha, vice-presidente da Arko Advice, avalia que o Brasil precisa se preparar mais para o futuro do agro, tomando posições por convicção e não quando ocorrem problemas na área.