As empresas de proteína animal e a saúde única
Segundo Ivomar Oldoni, diretor de agropecuária da BRF, este é um cenário em que as empresas responsáveis e sustentáveis desempenham um papel fundamental
Saúde única ainda é um conceito pouco conhecido pelos consumidores de proteína. Apesar disso, o mercado produtor o considera de suma importância. Para Ivomar Oldoni, diretor de agropecuária da BRF, a ideia reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental. Segundo ele, este é um cenário em que as empresas de produção de proteína animal desempenham um papel de grande relevância.
“As responsabilidades vão muito além da produção de carne, leite e ovos. Envolvem, também, uma abordagem integrada que visa promover a saúde em todos os níveis. Por isso, adotar práticas de saúde única significa garantir alimentos de qualidade para o consumidor final, preservando o bem-estar dos animais e a sustentabilidade ambiental”, afirmou o diretor.
Rebanho protegido
Para Oldoni, quando o rebanho está protegido, consequentemente está saudável. Ele explica que, hoje em dia, os animais que são criados em ambientes adequados e com manejo responsável resultam em alimentos de melhor qualidade. Porém, a ausência de boas práticas de bem-estar animal, por exemplo, pode levar ao estresse do rebanho, o que afeta diretamente a condição da carne, tornando-a mais dura e menos saborosa.
“Esse cuidado com os animais também reduz a ocorrência de doenças e a necessidade de intervenções, como o uso de antibióticos. Ao monitorar rigorosamente todas as etapas da cadeia produtiva, desde a origem dos animais até a chegada dos produtos às prateleiras, é possível assegurar que os alimentos sejam seguros para consumo”, aponta o diretor de agropecuária da BRF.
Outro ponto sugerido por ele para melhorar a qualidade do produto é a transparência. “A transparência nesse processo é vital para construir a confiança dos consumidores, que estão cada vez mais atentos à qualidade e à procedência dos alimentos que consomem”, explica.
Proteína animal e a saúde única
Quando se pensa em saúde única, é preciso considerar diversas ações relacionadas, como o meio ambiente, a saúde animal e de que forma isso impacta na saúde das pessoas.
Oldoni lembra da importância da saúde ambiental, considerando ações como o manejo do solo, o uso correto da água, a implementação de sistemas eficientes de manejo de resíduos e a adoção de estratégias eficazes para a redução da emissão de gases de efeito estufa, a grande responsável pelas mudanças climáticas.
“Essas medidas ajudam a preservar os ecossistemas e a biodiversidade, garantindo que os alimentos sejam produzidos de forma a não comprometerem os recursos naturais das futuras gerações”, ressaltou o diretor.
Para ele, a inovação tem papel-chave no processo de saúde única, quando pensada, também, sob a ótica das empresas produtoras de proteína animal. “Investir em novas tecnologias e práticas avançadas permite o aprimoramento na produção de forma mais eficiente e sustentável. Ferramentas como sistemas de rastreabilidade e inteligência artificial oferecem caminhos para produzir alimentos com menos impacto ambiental e aumentando a segurança dos produtos, atendendo às demandas da população global em crescimento”, alertou Oldoni.
Boas práticas
Na avaliação de Oldoni, as empresas precisam ter mais transparência em seus processos de produção, o que inclui também ações fora dos limites físicos da fábrica, abrangendo toda a cadeia produtiva.
“As empresas precisam ser transparentes em suas práticas, e se esforçarem para educar os consumidores sobre a importância do bem-estar animal e da produção sustentável. A conscientização leva a escolhas mais informadas e saudáveis, criando um ciclo positivo que incentiva práticas ainda mais responsáveis por parte da indústria. A responsabilidade se estende, ainda, ao campo social. Ao contribuir para o desenvolvimento das comunidades locais, gerando empregos, bem-estar social e ajudando a combater a insegurança alimentar, as indústrias reforçam o conceito de saúde única. Afinal, a saúde de uma população depende de vários fatores, incluindo o acesso a alimentos seguros e nutritivos”, exemplificou.
Para ele, a abordagem holística é outro ponto-chave que auxilia no enfrentamento aos desafios, tanto atuais quanto futuros, relacionados à produção de alimentos.
“É preciso garantir que a crescente demanda global por proteína seja atendida de maneira ética e sustentável. Dessa forma, as companhias se posicionam como agentes de transformação, capazes de liderar um movimento que promove a saúde e a qualidade de vida de forma abrangente, garantindo um futuro mais equilibrado para todos”, ressaltou Oldoni.