responsabilidade social corporativa

Bem-estar animal deve fazer parte da Responsabilidade Social Corporativa

Associação explica como as ações de responsabilidade social corporativa podem impulsionar os cuidados com o bem-estar animal nas fazendas

Roberto Francellino

em 30 de março de 2022


As ações de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) têm potencial para elevar os padrões de bem-estar animal, segundo a RSPCA, instituição sem fins lucrativos que presta serviços de proteção e cuidados aos animais na Austrália. Isso porque, segundo a entidade, as corporações podem assumir compromissos que abordam as questões materiais para as indústrias pecuárias, relacionando condições de alojamento, manejo invasivo, transporte, abate, técnicas de reprodução, uso de antibióticos e outras.

“Os programas de responsabilidade social corporativa se alinham aos três pilares do desenvolvimento sustentável: social, economia e meio ambiente. As iniciativas incluem práticas de trabalho justas, apoio às comunidades, boas práticas ambientais e valores econômicos”, pontua a RSPCA, destacando que a preocupação da sociedade com o bem-estar dos animais de fazendas aumentou significativamente nos últimos anos.

Responsabilidade social corporativa influencia positivamente

O poder de compra das corporações pode influenciar na maneira como os animais de criação são tratados e, assim, estimular mudanças positivas para o bem-estar animal nas fazendas e em suas cadeias de suprimentos.

“Incluir o bem-estar animal em programas de RSC traz vários benefícios para as empresas. Os consumidores estão exigindo saber mais sobre como os animais criados para alimentação são tratados”, defende a entidade.

Em 2021, a Marfrig, por exemplo, obteve a classificação tier 2 em gestão de bem-estar animal pelo ranking Business Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW 2021), voltado à gestão do bem-estar de animais para alimentação. A métrica considera a atuação da companhia em sua cadeia de suprimentos no mundo todo. 

“Nosso compromisso com o bem-estar animal começou em 2006, marcando o pioneirismo na criação de um departamento dedicado exclusivamente ao setor. Desde então, trabalhamos diariamente em políticas e ações para desenvolver as melhores práticas em nossa cadeia de valor, seguindo requerimentos previstos nas legislações nacionais e internacionais,” disse Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig. 

Segundo ele, a Marfrig apoia pesquisas acadêmicas para aprimorar as estruturas e práticas aplicáveis em relação ao bem-estar animal, além de divulgar os resultados gerais por meio de relatórios anualmente.

Entre os resultados práticos, a RSPCA lista que é possível reduzir perdas e aumentar a produtividade melhorando as relações do homem com os animais nas fazendas. Ela também defende que as ações para o bem-estar animal atreladas à responsabilidade social corporativa permitem às empresas acessarem novos mercados. 

“Há, por exemplo, uma oportunidade de mercado para alimentos produzidos com padrões de bem-estar mais elevados em sistemas certificados”. “Também há ganho de reputação de marca, à medida que torna o produtor preferido entre varejistas e consumidores preocupados com o bem-estar animal”, destacou a associação.