Alerta: cada brasileiro joga fora, em média, 41 kg de comida por ano

A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou recentemente que no Brasil o desperdício de alimentos é de cerca de 27 milhões de toneladas de comida ao ano. Seguindo essa lógica, cada brasileiro, literalmente, joga no lixo mais de 41 quilos de comida por ano.

De acordo com a reportagem do G1, a pesquisa da ONU indica que 60% do desperdício ocorre em casa. Por isso, iniciativas públicas e privadas devem atuar de forma conjunta para transformar essa realidade. 

No Distrito Federal, a lei nº 7.387 criou o “Selo Desperdício Zero”, que certifica o compromisso de entidades públicas e privadas com a redução do desperdício de alimentos. A lei prevê que comerciantes, empresas, órgãos públicos, produtores de alimentos e entidades do terceiro setor devem aderir aos princípios do programa que atesta o comprometimento com a redução do desperdício alimentar no DF.  O selo atua com duas importantes frentes: aumentar a conscientização para evitar o desperdício e estimular a doação de alimentos em condições adequadas de consumo.

Do campo para a mesa

Quando o alimento é desperdiçado, os impactos ambientais são maiores. O ciclo de desperdício contribui para a insegurança alimentar e estimula as emissões de gases de efeito estufa.

Trata-se de um ciclo que (infelizmente) abrange algumas etapas, que listamos abaixo.

• Produção: cerca de 10% dos alimentos são perdidos devido a pragas, doenças e condições climáticas adversas.
• Armazenamento e transporte: pelo menos 50% do desperdício é devido a condições inadequadas, que levam à deterioração dos alimentos.
• Varejo: os alimentos que não atendem a padrões estéticos são frequentemente descartados, representando cerca de 12% do desperdício total.
• Consumo doméstico: 60% do desperdício acontece devido à falta de planejamento e ao não aproveitamento de sobras (em casa).

Segurança Alimentar

A segurança alimentar na América Latina ainda é um desafio. O relatório Panorama Regional de Segurança Alimentar e de Nutrição 2023, lançado em 2024 pela ONU, apontou que os níveis de segurança alimentar variam de acordo com a região, grupo de população e até mesmo por gênero, e que a fome já atingiu 6,5% da população latino-americana e do Caribe. Em números, isso significa que 43,2 milhões de pessoas. A pesquisa também revelou que a insegurança alimentar moderada ou grave é uma realidade para 37,5% da população da região.