Censo agropecuário americano: veja as 9 principais revelações

Os Estados Unidos têm uma das principais economias do mundo e apenas 1% da sua população se dedica à produção rural. Com a aprovação da lei que autoriza a venda de terras públicas para investidores privados, está cada vez mais raro encontrar pessoas com familiares que trabalham na produção rural. O dado foi revelado recentemente pela Forbes. Segundo a publicação, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apresenta os resultados do censo agropecuário a cada cinco anos (o último é de 2022), e os norte-americanos têm pouco ou nenhum conhecimento sobre a agricultura e pecuária modernas feitas no país.

De acordo com os dados do USDA, o país tem 1,9 milhão de propriedades rurais operadas por 3,37 milhões de produtores rurais. O intuito do departamento oficial, ao apresentar o Censo de 2022, é orientar a população com estatísticas e tendências, além de documentar algumas orientações sobre a política agrícola governamental e o planejamento de negócios relacionados ao agro.

Confira as 9 principais conclusões do censo agropecuário americano e como elas foram registradas no Briefing do Conselho de Estatísticas Agrícolas, disponível no site do Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas (NASS) do USDA. 

1. A área agrícola diminui

O documento revela que nos últimos 20 anos houve redução da área cultivada. Eram 379,6 milhões de hectares em 2002 e agora são 356,1 milhões. No comparativo das duas décadas, houve uma queda de 6,5%. Já os últimos cinco anos registraram queda de 2,2%. Para Tom Vilsack, secretário da agricultura dos EUA, os ganhos de produtividade agrícola garantem que esta contração não gere problemas de abastecimento alimentar ao país. Segundo ele, a redução está relacionada também ao desenvolvimento das cidades, o que inclui a instalação de parques solares (em grande escala). 

2. Redução do número de propriedades rurais 

O censo considera como ‘fazenda’ um local que produz e vende, pelo menos, US$ 1 mil em produtos agrícolas. Considerando este viés, houve o registro de redução no número de propriedades rurais nos Estados Unidos. Eram 2,2 milhões em 2007 e agora são 1,9 milhão, uma queda de 6,9% desde o levantamento de 2017.

Para Vilsack, o impacto dessa tendência nas pequenas cidades pode ser preocupante.

3. Queda geral na área das propriedades rurais

Em todas as categorias da prática agrícola, as áreas das propriedades rurais foram reduzidas, exceto o menor grupo, que engloba de 1-9 acres (0,4-3,6 hectares). Apesar de menor, ainda houve redução de área.

Em maioria, essas propriedades menores são produtoras por “hobby”, ou produzem exclusivamente para venda local.

4. O número e a dimensão das propriedades rurais

Em 2022, de acordo com o censo agropecuário americano, 85,3% das propriedades rurais tinham menos de 200 hectares. Contudo, 82,5% da área era voltada para grandes produções, com mais de 200 hectares. Nas principais regiões, em áreas planas, somente as grandes áreas se tornam financeiramente viáveis. Nesse sentido, as propriedades rurais devem crescer via compra ou arrendamento de terras.

5. Grandes operações

O censo agrícola americano registrou, em 2022, um valor total de produção de US$ 543,1 bilhões. Destes, 78,3% têm volume de vendas acima de US$ 1 milhão. Entre os setores da pecuária e da agricultura, 48% está relacionado à pecuária e 52% às culturas.

Segundo o censo, as margens de lucro ainda são modestas e os riscos climáticos e de mercado colocam as grandes operações como mais seguras e confiáveis para investimentos.  

6. Propriedades rurais continuam sendo empresas familiares

As fazendas familiares representam 94,7% das explorações agrícolas dos EUA. No censo de 2022, eram familiares e representavam 84% das terras agrícolas do país.

7. A idade média dos produtores é alta 

O censo agropecuário americano indicou que a média de idade dos produtores rurais tem aumentado. Segundo o documento, a evolução da distribuição etária é complexa, mas os jovens ainda participam do setor (menos de 35 anos). O censo registrou um ganho médio de 3,9% nesse quesito, entre 2017 e 2022. 

8. Parte das terras agrícolas é arrendada

Outro dado revelado pelo censo agropecuário americano é de que 31% das terras agrícolas foram arrendadas para agricultores que também possuem suas próprias áreas. Somente 9% foram arrendadas a produtores que não possuem terras. 

9. Retrato de quem cultiva

O censo ainda listou o perfil de quem cultiva no país, mostrando quem são os produtores: 63,7% deles são homens e 36,3% mulheres. Destes, 95,4% são brancos e 3,5% têm origem hispânica, latina ou espanhola. 

Sobre a mão de obra, mais da metade das propriedades rurais americanas são geridas por mais de uma pessoa. Em termos de experiência agrícola, a maioria dos produtores, cerca de 70%, está na atividade há 11 ou mais anos, enquanto 15,7% trabalha na agricultura há, pelo menos, 6 a 10 anos. 14,3% está há 5 anos ou menos.