CIIE 2024 mostrou oportunidades para indústria brasileira

A 7ª edição da China International Import Expo (CIIE) aconteceu entre os dias 5 e 10 de novembro, em Xangai, trazendo o cenário econômico e comercial global para o centro das atenções. A marca desta edição foi o compromisso da China com o comércio liberalizado, além do seu posicionamento sobre a abertura econômica.

A China vem se posicionando como defensora do livre comércio, embora o cenário global apresente inúmeros desafios, como o aumento de tarifas e as barreiras comerciais que ainda afetam algumas operações. Por exemplo, o país mantém padrões de exigência elevados sobre fornecedores, e o Brasil está entre eles.

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Organizada pelo governo chinês, via Ministério do Comércio (MOFCOM), a CIIE é a primeira feira nacional de importação do mundo. Desde que foi lançado, em 2018, o evento apresenta exposições de grande porte, focadas em importações. Por isso, vem se consolidando como uma importante vitrine de oportunidades e parcerias globais. Em todas as edições, a feira recebe expositores de diversos lugares do mundo, e em 2024 não foi diferente, com a presença de representantes de mais de 150 países.

De acordo com a organização, França, Malásia, Nicarágua, Arábia Saudita, Tanzânia e Uzbequistão estiveram entre os destaques do evento, como países de honra. A CIIE ainda recebeu 39 missões governamentais de comércio e quatro missões setoriais. Ao todo foram registradas 780 sub-missões comerciais, considerado um recorde para o evento. 

O Brasil na CIIE 2024

Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), mais de 30 empresas brasileiras do setor de alimentos e bebidas participaram da CIIE 2024, em Xangai. A Agência ainda não informou o balanço do evento, mas em 2023 foi registrada a participação de 23 organizações do Brasil, que movimentaram cerca de US$ 271.342.600,00 em negócios (vendas imediatas e estimadas para os 12 meses subsequentes).

A comitiva ApexBrasil de 2024 priorizou a participação de empresas de alimentos e bebidas, que tinham como objetivo contribuir com o aumento de exportações do Brasil para seus mercados-alvo. Além disso, a Agência deu preferência para as empresas com mulheres em cargos de liderança; com participação em Mesas Executivas de Exportação ou do Exporta Mais Amazônia, da ApexBrasil. As egressas do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) e dos projetos Brazilian Suppliers e AgroBR também estiveram entre as prioridades da Agência. 

Uma das metas do Brasil ao participar da CIIE foi consolidar o país como um dos principais exportadores mundiais de alimentos e bebidas. Esta é a sétima vez consecutiva que a delegação brasileira, liderada pela ApexBrasil, participa do evento. A Agência atuou em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). 

ABPA na CIIE

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a ApexBrasil, também participou da 7ª CIIE, com a missão principal de firmar parcerias e esclarecer informações sobre a qualidade, status sanitário e sustentabilidade da avicultura e da suinocultura do Brasil.

Para Nayara Dalmolin, coordenadora de promoção da ABPA, o que mais engrandece a participação da Associação na CIIE é a qualificação do público participante. “Focamos no fortalecimento institucional setorial, o que gerou boas oportunidades de negócios para os exportadores de proteína animal do Brasil”, avaliou Dalmolin. 

Ricardo Santin, presidente da ABPA, participou (paralelamente ao evento) da 15º China International Meat Conference 2024, um evento que contou com a participação de autoridades governamentais e stakeholders do mercado chinês. 

De acordo com a ABPA, a China é o principal destino das exportações de carne de frango e suína do Brasil, atingindo a marca de 408 mil toneladas de carne de frango e 180 mil toneladas de carne suína apenas nos nove primeiros meses de 2024, o que representa uma receita aproximada de US$ 1,3 bilhão no período.

Detalhes da 7ª CIIE

Durante o evento, foi apresentado o “Relatório de Abertura Mundial 2024”. O índice de abertura mundial de mercados foi de 0,7542, com uma queda anual de 0,12%. Já o índice de abertura da China subiu de 0,6789 para 0,7596, apresentando uma melhoria de 11,89%, considerado um dos aumentos mais altos do mundo.

Segundo a organização do evento, à medida que a economia global está integrada, a cooperação aberta se torna ainda mais importante. “A China promove ativamente o progresso conjunto de todos os países e defende a globalização econômica inclusiva. O Fórum Hongqiao tornou-se uma importante plataforma para intercâmbios entre todas as partes”, ressaltou o comunicado oficial do CIIE.

Tang Wenhong, ministro assistente do Ministério do Comércio da China, declarou durante o evento que a “China continuará a promover a construção conjunta de alta qualidade do “Cinturão e Rota”, e isso fortalecerá a cooperação inovadora em áreas como manufatura inteligente e economia digital, e promoverá a conectividade de cadeias de abastecimento sustentáveis ​​para construir uma situação mutuamente benéfica e vantajosa para todos. Um sistema de cooperação internacional para cadeias industriais e de abastecimento”, afirmou.