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CNA estima queda menor que a prevista para o PIB da agropecuária

Comunicado Técnico produzido pela organização aponta para queda de 1%, em oposição à avaliação do Banco Central do Brasil de 1,5%

Redação

em 22 de outubro de 2024


A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estimou que o PIB da agropecuária deve registrar, ao final do ano, uma queda de 1%. Essa expectativa é inferior à projeção de 1,5% prevista pelo Boletim Focus do Banco Central do Brasil (BCB). Os dados foram divulgados por meio do Comunicado Técnico sobre o PIB do Brasil no segundo trimestre de 2024.

No documento, a confederação reuniu dados do IBGE que constatam uma retração de 2,3% no segundo trimestre, quando comparado ao trimestre anterior. De acordo com o comunicado, a sazonalidade do setor é fator determinante para a queda nos números, uma vez que a parcela significativa da produção se concentra no primeiro terço do ano.

Já em comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi de 2,9%. O movimento, no entanto, é justificado pela safra recorde de 2023, além de questões climáticas, como destacou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, em entrevista ao Jornal da CBN.

“A safra 2024 não foi tão boa quando comparamos com a safra recorde de 2023, porque a base era alta. Então, com isso, o resultado já era esperado, porque a gente viu, ao longo do desenvolvimento dessa safra, que algumas regiões foram prejudicadas pelo clima. Ou seja, o resultado do IBGE não nos traz surpresas”, explicou Conchon.

Impacto econômico da produção agrícola

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As produções nas lavouras brasileiras influenciam no Valor Bruto da Produção (VBP) e, por consequência, no PIB do setor. Dessa maneira, as respectivas quedas de 4,3%, 10,3%  e 2,5% nos cultivos de soja, milho e laranja impactam negativamente no total. O documento aponta para os impactos do El Niño como um fator determinante para a redução da produtividade, especialmente das culturas de soja e milho.

Em contrapartida, as culturas de algodão, tomate, feijão, café e arroz tiveram resultados positivos. Os respectivos crescimentos foram de 10,8%, 9,7%, 7,1%, 6,6% e 1,9%.