Manuel Otero ao lado das jornalistas Silvia Naishtat, Pilar Vázquez, Fabiola Sinimbu e Marta Montojo (Foto: Reprodução/ IICA)
cop29 agricultura
Manuel Otero ao lado das jornalistas Silvia Naishtat, Pilar Vázquez, Fabiola Sinimbu e Marta Montojo (Foto: Reprodução/ IICA)

COP29 mostra movimento da agricultura para enfrentar mudanças climáticas

“É necessário mostrar para o mundo que o setor é capaz de se comprometer com a sustentabilidade do planeta”, disse Manuel Otero, diretor-presidente do IICA

Redação

em 21 de novembro de 2024


O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) aproveitou a COP29, em Baku, no Azerbaijão, para apresentar debates sobre como a agricultura e o agronegócio podem se transformar para enfrentar as mudanças climáticas.

De acordo com a Agência Brasil, trata-se de um desafio que vai além de novas práticas para a produção. Manuel Otero, diretor-presidente do IICA, acredita na necessidade de mostrar ao mundo que o setor pode se comprometer com a sustentabilidade do planeta.

“Para isso, trabalhamos em diferentes dimensões. Uma delas está numa nova geração de políticas públicas que reconheçam os novos limites da agricultura como um setor que tem que ser ambientalmente responsável, nutricionalmente inteligente, que acompanhe o que ocorre no comércio internacional, mas que seja, ,também socialmente responsável”, declarou.

Já Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade Marfrig/BRF, que participou do painel “Caminhos viáveis para uma agropecuária de baixo carbono na América Latina e Caribe”, promovido pelo IICA, falou sobre as ações e estratégias que não só envolvem, como engajam toda a cadeia de valor na promoção de uma agropecuária de baixo carbono.

“Tudo o que a gente faz está vinculado, ao operar melhor numa ponta e, na outra ponta, ter uma parceria muito forte com o produtor rural, para que a gente possa ter a melhor matéria-prima. Isso é que o vai assegurar a chegada de um produto de qualidade ao consumidor. Do ponto de vista da sustentabilidade, o grande desafio é fazer um produto de altíssima qualidade como nós temos, mantendo os princípios de sustentabilidade, unindo produção, conservação e baixa emissão”, declarou Pianez

Também participaram dessa discussão: Izabella Teixeira, membro independente do comitê de sustentabilidade da BRF, Fernando Sampaio, diretor de sustentabilidade da ABIEC, e Caroline Prolo, Head of Climate Stewardship da Fama Re.capital.

cop29 agricultura
Da esq: Margaret Zeigler, Fernando Sampaio, Caroline Prolo, Felipe Bittencourt, Izabella Teixeira e Paulo Pianez (Foto: Reprodução/ IICA)

Agropecuária sustentável

Uma discussão voltada para a importância dos sistemas de rastreabilidade na cadeia de valor, tendo como fator crucial para conciliação de produção e preservação das florestas. Para o diretor de Sustentabilidade Marfrig/BRF, o grande desafio enfrentado atualmente pode ser também um grande caminho. “Existe uma palavra que pra gente é fundamental: inclusão. Temos uma política de relacionamento com o produtor rural, que é efetivamente entender quais são as necessidades que ele tem, conseguir estar mais próximo, fazer com que haja um suporte (apoio e parceria maior), e nesse sentido levamos a informação que detectamos do cliente/consumidor, para que o produtor alinhe a produção com a necessidade. Ou seja, o produtor vai entregar ao consumidor exatamente aquilo que ele espera consumir. Por isso a palavra inclusão é fundamental para nós na BRF/Marfrig”. 

Segundo Pianez, as boas práticas adotadas no campo impactam diretamente a vida do produtor, o produto final e o meio ambiente. “Quando o produtor precisa de uma matriz geneticamente modificada, ele produz em menor tempo, o que resulta em menores emissões. Ajudamos no manejo adequado do pasto, porque isso possibilita aumentar a produtividade e elimina a tensão para abertura de novas áreas de produção. Incentivamos a integração da produção pecuária com alguma outra cultura, para que ele tenha uma rentabilidade melhor para o negócio dele. Essa parceria com o produtor é fundamental para que ele aumente a produtividade e a rentabilidade, e para que ele produza de maneira mais sustentável. Não tem produção sustentável se, antes, essa produção não for rentável”, complementou Pianez. 

Também participaram da discussão com o tema “Agropecuária de baixo carbono”, no Consórcio da Amazônia Legal, também no pavilhão brasileiro, Marcelo Furtado, membro do Comitê de Sustentabilidade da Marfrig; Pedro C. Burnier, diretor do Programa Agropecuária da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira; Josefina Eisele, diretora regional do Global Roundtable for Sustainable Beef, e Silvia Massruhá, presidente da Embrapa.

COP30

Foto: Reprodução/ COP29 Azerbaijan via Flickr

Paulo Pianez declarou, em entrevista, que a COP29 deve destravar muitas coisas e se diz otimista com o cenário. “É uma COP que tem desafios, tem avanços, mas tem algumas coisas ainda travadas. Eu espero que a COP29 seja um preparo de terreno para a COP30 no Brasil. Somos um país com produção agropecuária eminentemente de ponta, por isso eu espero que na COP30 a gente consiga fazer com que haja uma integração maior com o principal ator de muitas coisas que vêm sendo discutidas, que é o produtor. Que ele esteja mais presente nessa COP e possa participar das discussões, uma vez que seu trabalho depende do clima e do solo, então as mudanças climáticas afetam diretamente a produção agrícola”, completou Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade Marfrig/BRF.