Foto: Cadu Gomes/VPR
COP29 agro Pavilhão Brasil
Foto: Cadu Gomes/VPR

COP29 inicia e traz o agro na pauta

Pavilhão Brasil foi pensado para reforçar o compromisso do Brasil com uma transição ecológica justa

Redação

em 14 de novembro de 2024


A COP29 começou em Baku, no Azerbaijão, e já está entregando uma série de resultados para o mundo. Entre eles, a discussão no Pavilhão do Brasil sobre o agronegócio. Organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o Pavilhão recebeu autoridades, como Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que lidera a comitiva brasileira nesta edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

O governo brasileiro já reafirmou sua meta de redução de emissões de 67% até 2035, comparada ao ano de 2005. “A Conferência de Baku aspira definir o novo objetivo de financiamento climático”, apontou Alckmin, ao afirmar que o Brasil é uma potência ambiental, mas também líder na segurança alimentar. “Temos a maior floresta tropical do mundo, temos a matriz energética mais limpa entre as grandes economias, uma agricultura eficiente e verde e, sobretudo, temos a consciência e o comprometimento de que só há um futuro se for sustentável”, declarou o vice-presidente.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), aproveitou a oportunidade para falar sobre o posicionamento do Brasil para alcançar os compromissos assumidos em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Para ela, a grande chave é o trabalho conjunto entre setores como transportes, indústria e agronegócio. “É assim que vamos liderar pelo exemplo”, afirmou. Segundo ela, o plano estratégico do Brasil está ancorado em dois eixos: o Plano de Transformação Ecológica (PTE) e o Plano Clima. Para isso, Marina acredita que as ações em destaque devem focar no fortalecimento da bioeconomia, na promoção de sistemas agroalimentares sustentáveis, na transição energética e na economia circular.

Foto: Cadu Gomes/VPR

Já Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, cobrou um posicionamento dos países ricos, uma vez que eles são considerados os maiores emissores de gases de efeito estufa do último século. Para ele, é importante que esses países financiem a descarbonização do planeta, seguindo o Acordo de Paris. “O Brasil é a possibilidade do mundo alcançar sua segurança alimentar, com uma nova indústria, em que processaremos cada vez mais nossos produtos sustentáveis internamente”, completou. 

Foto: Cadu Gomes/VPR

Pavilhão Brasil na COP29 discute o futuro do agro

O Pavilhão Brasil traz o tema “Caminhos para a Transformação Ecológica”. De acordo com a ApexBrasil, ele foi pensado para reforçar o compromisso nacional com uma transição ecológica justa. “É um espaço para debates, pensando em como evitar essa tragédia climática que o mundo já está vivendo”, afirmou o presidente da ApexBrasil.

Marcella Molina, que é membro do Comitê de Sustentabilidade da Marfrig, participou do painel “O Futuro do Agro”, no Pavilhão Brasil na COP29, moderado por Roberto Azevêdo, embaixador e presidente da Iniciativa Internacional para o Agronegócio Brasileiro, ao lado de Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, Grazielle Parenti, representante da área de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Syngenta, Marcela Rocha, diretora-executiva de Assuntos Corporativos da JBS.

Foto: Reprodução/ Marcella Molina via Instagram

Segundo Marcella Molina, o agro brasileiro é uma potência e deve ser pensado de forma cada vez mais sustentável, para garantir a segurança alimentar de milhares de pessoas em todo o mundo. Em sua fala, ela reforçou os compromissos da Marfrig para garantir uma cadeia de fornecimento 100% rastreada e livre de desmatamento até 2025. Segundo Marcella, a empresa investe fortemente em novas tecnologias, o que inclui o monitoramento por satélite. Outro ponto apresentado foi o Consórcio Biomas, projeto colaborativo de empresas brasileiras, “que visa restaurar e proteger 4 milhões de hectares de florestas no Brasil”.

Parcerias

O Pavilhão do Brasil foi viabilizado via parceria entre Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério da Fazenda (MF), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e patrocinadores, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Confederação Nacional do Transporte (CNT), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia (BASA), Banco Itaú e Instituto Clima e Sociedade (ICS), além de empresas e entidades da sociedade civil comprometidas com a agenda climática.

Na programação, o Pavilhão ainda terá o lançamento da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), e painéis como “O papel dos bancos na transição para uma economia de baixo carbono” e “Amazônia que buscamos: como equilibrar sustentabilidade e inclusão na maior floresta tropical do mundo”. Marfrig e BRF participam também de discussões sobre alimentação sustentável e agro de baixo carbono. Acompanhe os detalhes em nossa página!