COP30 deve destacar papel do Brasil na segurança alimentar
Acordos multilaterais também entram na pauta do evento que trará oportunidades para o agro nacional
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) será uma oportunidade para o Brasil fortalecer seu papel como garantidor da segurança alimentar.
Em um artigo para a Forbes, Helen Jacintho, engenheira de alimentos que atua no setor de seleção genética na Brahmânia Continental, defende a força da agropecuária, que também é importante para o clima, em relação aos desejos de países do hemisfério Norte.
A expectativa de Helen é que a COP – marcada para acontecer em Belém em 2025 – sirva como vitrine para as ações de sustentabilidade do agronegócio. Como exemplo, ela cita os resultados do plano ABC, que conseguiu mitigar 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em uma área de 52 milhões de hectares, entre 2010 e 2020. De acordo com ela, o Brasil e o agronegócio nacional precisarão trabalhar juntos para negociar suas demandas, de forma a manter o crescimento do setor, mostrando suas virtudes como produtores globais.
A COP será o local para encontrar soluções para os desafios ambientais, como o desmatamento ilegal.
Helen também aponta temas de discussão que deverão nortear o encontro, como os acordos multilaterais de comércio exterior. O temor é de que esses instrumentos sejam usados como protecionismo por países desenvolvidos, implicando barreiras ambientais para produtos brasileiros.
Outra polêmica é o financiamento para países em desenvolvimento, uma promessa que nunca foi cumprida pelos governos de países ricos. As emissões de gases de efeito estufa não devem ficar de fora das discussões, e Helen entende que é necessário alterar os padrões de mensuração do metano, que considera desatualizados.
Segundo ela, sem uma atualização das métricas, a pecuária brasileira sairá prejudicada. Uma regulação do mercado de carbono também poderá ser definida durante o encontro. Por fim, a COP30 pode ser uma oportunidade para o Brasil se posicionar como líder mundial em biocombustíveis, apresentando uma alternativa viável às opções fósseis.