Genética bovina pode melhorar qualidade da carne
Diretor e fundador da Wagyu 360 explica os diferentes índices da genética bovina para melhorar a qualidade da proteína
A genética bovina afeta características importantes como marmoreio, maciez, sabor e rendimento de cortes. Certas raças, como a Angus e a Wagyu, são conhecidas por sua capacidade de produzir carne com alto teor de gordura intramuscular, resultando em cortes mais suculentos e macios.
Além disso, avanços em seleção genética e no cruzamento direcionado permitem melhorar ainda mais a qualidade da carne, otimizando características desejáveis e aumentando a eficiência produtiva. Dessa forma, a genética é uma ferramenta essencial – usada a favor pelos produtores – para atender às exigências dos consumidores.
Abel Forlino, diretor e fundador da Wagyu 360, explicou, em artigo publicado pela CarneTec, que os produtores utilizam diferentes índices genéticos para formular estatísticas que tragam maior qualidade à proteína que chega ao prato do consumidor. Essas fórmulas combinam diversas características do genoma bovino para se atingir determinado objetivo, como deixar uma carne com melhor marmoreio ou maciez.
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A raça Angus, por exemplo, tem o índice Angus Beef Value ($B), que é expresso em dólares por cabeça e é um valor atribuído à diferença esperada de ascendência de um touro. Ou seja, um animal que gera bezerros desmamados com maior crescimento e rendimento tem um valor comercial maior e vai passar esse valor para seus descendentes.
Outro índice, Ranch, está voltado a animais do sexo feminino, de tamanho moderado, que mantêm sua condição corporal depois do parto e que desmamem uma porcentagem maior de seu peso. Essa seleção tem como consequência animais mais férteis e longevos, que consomem uma quantidade menor de alimento.
Um terceiro exemplo é o $Feeder, que faz uma seleção por meio de características que garantam um resultado melhor no processo de terminação (engorda): saúde, eficiência de conversão, peso final e valor da carcaça (PRIME).
Diferença Esperada na Progênie (DEP)
Forlino destaca, ainda, outra ferramenta importante para quem trabalha com genética bovina: a Diferença Esperada na Progênie (DEP). A DEP é uma medida genética utilizada para avaliar o potencial de um animal reprodutivo e prever a habilidade de transmissão genética de suas características para os seus descendentes.
A DEP pode ser utilizada para avaliar diversas características, como o peso de um animal com um ano de idade. Por exemplo, um touro com uma DEP de 70% para peso a um ano de idade significa que ele tem 70% de probabilidade de ter filhas que atinjam esse peso mais cedo.
A DEP oferece, em números, as características que podem trazer eficiência à produção, como facilidade de parto, crescimento e aptidão materna. Esse índice também serve para referência na qualidade da carne e pode funcionar como uma avaliação para aumentar a proporção de gordura intramuscular.