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Agro brasileiro pode ser afetado pelo segundo governo Trump

Medidas protecionistas, tarifas e possível rearranjo nas relações com a China podem ter impacto no agro brasileiro no segundo governo Trump

Redação

em 22 de novembro de 2024


Em reportagem que antecipou o resultado das eleições dos Estados Unidos, o Globo Rural mostrou que o segundo governo Trump pode influenciar o agronegócio brasileiro. Citando a análise da S&P Global Commodities Insights, o site avaliou as principais propostas do novo eleito para o agronegócio norte-americano que, se colocadas em prática , podem refletir no Brasil.

Segundo a consultoria, Trump defendeu a priorização da produção norte-americana, com suporte a tarifas e sanções. Outro ponto foi o incentivo e apoio ao comércio e ampliação das exportações agrícolas. Ele também enfatizou, em sua campanha eleitoral, uma possível revisão e potencial corte nas regulamentações da EPA (Agência de Proteção Ambiental). E ainda mais: o discurso pré-eleição mencionou um “alívio” nas restrições tarifárias, cortes de impostos e incentivos para restaurar cadeias de suprimentos.

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Em outras palavras: a vitória do candidato republicano deve impactar a balança comercial da agropecuária no mundo, com desdobramentos no Brasil, a partir do próximo ano. Temas como barreiras tarifárias, sustentabilidade e mudanças climáticas, protecionismo na produção agrícola agora estão na ordem do dia.

Desdobramentos para o Brasil

Em tempo: no primeiro governo Trump, a guerra comercial com a China levou o país asiático a tarifar mais os produtos agrícolas dos Estados Unidos, o que resultou também na busca de alternativas, inclusive na América do Sul, tornando o Brasil um parceiro-chave no fornecimento de soja (somos o maior provedor do país asiático) e milho para a China.

O cenário atual pode trazer outros desdobramentos para o Brasil, segundo artigo do Valor. Um deles seria a maior dependência do mercado chinês para a compra de commodities agrícolas e carne, considerando que a China pode retaliar os norte-americanos e privilegiar a importação de outros locais.

Mas, um segundo risco para o Brasil seria um rearranjo entre chineses e o governo Trump, o que poderia resultar em condições que favoreçam o agro dos Estados Unidos, com consequências para os produtores nacionais. O risco maior de uma desestruturação de acordos multilaterais também deve estar no radar do agro local.