Jovens buscam especialização para atender ao agro do futuro
Nova geração de profissionais opta pela formação acadêmica mirando as oportunidades de emprego que combinam tecnologia e agronegócio
A formação especializada tornou-se uma estratégia adotada por jovens para atender às crescentes demandas tecnológicas e de sustentabilidade do agronegócio. Seja para dar continuidade ao trabalho da família ou seja para suprir as necessidades do mercado, uma parcela da nova geração tem optado pela vida no campo, em detrimento do agito das cidades.
Esse movimento ocorre ao passo que novas profissões – que aliam funções tradicionais da agricultura às tecnologias – se tornam disponíveis. Com profissionais capacitados e ferramentas inovadoras, o mercado agrícola pode se beneficiar de uma maior precisão no controle de colheitas, monitoramento do solo e produtividade.
Especialização para acompanhar as exigências do novo agro
Em um cenário cada vez mais competitivo e dependente de tecnologia, a formação técnica tem sido importante para os jovens que desejam trabalhar no agronegócio. O estudo não apenas amplia o conhecimento técnico, mas também prepara os futuros profissionais para lidar com os desafios de sustentabilidade, produtividade e eficiência.
O engenheiro agrônomo Carlos Henrique é um exemplo dessa nova geração, que busca a integração entre teoria e prática. Em matéria veiculada no G1, ele destacou que o conhecimento adquirido na formação fornece ao produtor o embasamento para diversas práticas já adotadas.
“Quando a gente traz o conhecimento da faculdade junto com o conhecimento do campo é um a mais. Você acaba sabendo porque está fazendo aquilo, trazendo a parte técnica também”, explicou o engenheiro.
A aposta dos jovens na educação superior não apenas potencializa suas trajetórias profissionais, mas também contribui para o desenvolvimento das regiões agrícolas do país. Isso porque a chegada de profissionais qualificados pode gerar novas possibilidades de negócios, empregos e aplicação de práticas mais sustentáveis.
Novas profissões surgem com a digitalização

Além das funções tradicionais, o agro do futuro demanda profissionais que combinem especialização agrícola com habilidades tecnológicas. Para a BBC, a diretora de relacionamento da Hunter4Agro, Glaucia Telles Benvegnú, revelou que “há uma perceptível mudança no perfil das vagas, em razão da inovação nos processos produtivos e de cultivos, investimentos em tecnologias e crescimento nos negócios”. A afirmação da executiva vai de encontro com a busca por profissionais mais jovens e familiarizados com a tecnologia.
Nesse sentido, uma gama de profissões está surgindo para atender as necessidades do mercado, como a de uma agricultura de precisão, maior produtividade e rentabilidade. O levantamento realizado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apontou alguns destes novos cargos. Confira a seguir.
- Cientista de dados agrícolas: demanda conhecimentos em análise de dados para que esses sejam utilizados para atividades na fazenda, como plantio e geoprocessamento.
- Designer de máquinas agrícolas: responsável por desenvolver maquinário agrícolas cada vez mais eficientes e sustentáveis.
- Engenheiro agrônomo digital: une as técnicas de engenharia agronômica à novas tecnologias. Desse modo, é capaz de promover técnicas modernas de agricultura.
- Técnico em agricultura digital: essa função requer conhecimentos em tecnologia da informação (TI) e de processos do campo a fim de aprimorar as atividades implementadas.