mini vacas

Mercado de criação de mini vacas está em crescimento no Brasil

Seguindo a tendência dos Estados Unidos e da Europa, criadores apostam em pequenos animais, garantindo maior produtividade

Redação

em 12 de dezembro de 2024


As mini vacas vêm conquistado o agronegócio (e os corações) de pequenos produtores no Brasil. E a justificativa é uma só: elas têm porte reduzido, mas grande potencial para rentabilidade das propriedades (independente do tamanho da área). 

Seguindo a tendência dos Estados Unidos e da Europa, esse mercado vem crescendo no Brasil nos últimos anos. Entre os pioneiros no país está Vasco Costa da Gama, de Guaíba (RS), criador que possui um rebanho com 50 animais.

Mas, afinal, o que é uma mini vaca?

São “exemplares” geneticamente modificados de raças bovinas tradicionais. Via seleção genética, elas medem entre 90 centímetros e 1,20 metro de altura e pesam aproximadamente de 200 kg a 350 kg, apresentando entre as maiores vantagens, a facilidade do manejo, além da alimentação equivalente ao porte e sustentabilidade da criação.  

Os exemplares são originários de cruzamentos feitos na Austrália e nos Estados Unidos, mas, atualmente, já são criados em grande parte do mundo. E o Brasil entra nesse cenário como produtor potencial, capaz de explorar a viabilidade econômica da criação de mini vacas. 

Características dos animais

  • Produção de leite: as mini vacas chegam a produzir de 3 a 6 litros de leite por dia, quantidade considerada ideal para o consumo familiar ou para pequenas produções.
  • Raças: as mais populares são Mini Jersey, Mini Zebu e Mini Holandesa.
  • Expectativa de vida: elas podem produzir por aproximadamente 10 anos, mas isso varia de acordo com o manejo. A gestação dura cerca de 280 dias.
  • Apelo produtivo: a produção de mini vacas ocupa áreas menores, por isso são consideradas excelentes para pequenas e médias propriedades. Enquanto uma vaca tradicional precisa de cerca de 1 hectare para viver, uma mini vaca vive confortavelmente em um quarto desse espaço. 
  • Custos: as mini vacas consomem 30% menos alimentação do que as raças tradicionais. Ou seja, a criação é mais acessível. 
  • Sustentabilidade: as mini vacas têm uma pegada ecológica reduzida e produzem menos gás metano, consomem menos água e contribuem efetivamente para uma pecuária mais sustentável. 

Mercado de mini vacas em crescimento

De acordo com o Estadão, este é um mercado que tem crescido no Brasil. As mini vacas são utilizadas para a produção de alimentos, assim como para o turismo e o lazer (por exemplo, em hotéis-fazenda). Os produtos gourmetizados, como queijos artesanais produzidos com leite de mini vacas, também apresentam potencial de valorização.

Para a reprodução das mini vacas, a indicação é seguir o protocolo das raças tradicionais, investindo na seleção de reprodutores saudáveis para garantir boa genética. Já para a criação, a alimentação deve ser baseada em pastagem de boa qualidade e ração complementar, com suplementação de minerais. O manejo também deve prever a vacinação, vermifugação e o controle regular de parasitas.

O Brasil tem grande potencial para se tornar uma exportador de mini vacas, assim como Estados Unidos, Austrália e Europa.

O preço de uma mini vaca pode variar de acordo com raça, idade, características genéticas, finalidade da criação e a reputação do criador, assim como o gado comum. Os bezerros têm preço inicial entre R$ 3 mil e R$ 8 mil. Já os animais de até dois anos podem valer entre R$ 5 mil e R$ 12 mil. Por outro lado, as mini vacas adultas podem valer entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Os touros reprodutores podem chegar a valer mais de R$ 15 mil, especialmente se tiver raças raras ou aprimoramento genético

Regulamentação

No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão responsável pelo setor. Se a finalidade for comercialização, os animais precisam estar registrados e a produção deve respeitar normas de bem-estar.

O leite produzido por mini vacas, especialmente usado na produção de queijos e iogurtes artesanais, tem alto valor agregado. Além disso, é pouco explorado, assim como a carne, que apesar de ter excelente qualidade e atender nichos específicos como o gourmet, por exemplo, ainda não é comum no Brasil.