Peles salgadas de bovinos do Brasil conquistam novo mercado
As peles salgadas de bovinos são muito mais do que um simples subproduto da pecuária e estão despertando interesse cada vez maior
Recentemente, o governo brasileiro anunciou a abertura de mercado para peles salgadas de bovinos para o Vietnã. A notícia mexeu com o mercado agro, que vislumbrou novas oportunidades de negócios. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), inclusive, divulgaram uma nota conjunta sobre o assunto. Segundo eles, o país recebeu “com satisfação o anúncio do governo vietnamita”, sobre a aceitação da proposta de Certificado Sanitário Internacional para a exportação das peles.
“A abertura reforça ainda mais a relação comercial com o Vietnã, o quinto maior destino das exportações do agronegócio brasileiro no último ano”, disse Carlos Fávaro, ministro da Agricultura.
De modo geral, o Brasil vem se preparando com a aquisição de novos certificados para atender à demanda global de produtos do agronegócio. Contudo, a aceitação do Certificado Sanitário Internacional para a exportação das peles é a grande novidade do Brasil, neste início de 2025.
Negócios entre Brasil e Vietnã
As peles salgadas de bovinos são amplamente utilizadas pelo Vietnã na indústria de couro, atendendo uma demanda de matérias-primas de alta qualidade para a produção de calçados, móveis e acessórios. A nova abertura de mercado reforça a relação entre os dois países. O Vietnã figurou como o quinto maior destino das exportações do agronegócio brasileiro em 2024, importando pelo menos US$ 3,51 bilhões, segundo o MRE e o Mapa.

Essa foi a primeira abertura de mercado em 2025, totalizando 303 novos mercados em 62 países nos últimos dois anos.
Mas, afinal, o que significa a exportação de peles salgadas de bovinos? Na prática, a abertura de mercado para o Vietnã, por exemplo, significa exportar matéria-prima para um dos maiores mercados globais. O Vietnã é considerado um dos mais importantes produtores de calçados, móveis e acessórios de couro. Nesse sentido, a demanda por produtos de alta qualidade só tende a crescer. O Brasil, com sua pecuária de excelência, surge como um parceiro qualificado para atender a essa demanda por couro.
Apesar de ser pontualmente um fornecimento de peles salgadas de bovinos, toda a cadeia produtiva (desde os criadores de gado até as indústrias de transformação), se beneficiam.
O potencial das peles salgadas de bovinos do Brasil
As peles salgadas de bovinos do Brasil são muito mais do que um simples subproduto da pecuária. Elas representam um tesouro de matéria-prima, com alto valor agregado, essencial para diversas indústrias ao redor do mundo.
Mas, o que torna essas peles tão especiais? As peles bovinas brasileiras são produzidas por rebanhos criados em pastagens extensivas, com alimentação natural e manejo adequado. Esse sistema de criação garante peles de alta qualidade, com características únicas de maciez, resistência e beleza. Além disso, o processamento é diferenciado, com técnicas rigorosas, que garantem a conservação do produto e preservam suas características naturais.
As peles salgadas de bovinos do Brasil são utilizadas em diversas indústrias, com destaque para: indústria do couro (matéria-prima essencial para a fabricação de calçados, bolsas, cintos, móveis, revestimentos automotivos e outros), indústria alimentícia (algumas peles são utilizadas na produção de gelatina, ingrediente utilizado em alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos) e outras indústrias (como artigos decorativos, instrumentos musicais e outros).
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De acordo com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de peles salgadas de bovinos do mundo. O país possui um sistema de produção qualificado e sustentável, que garante a qualidade e a rastreabilidade dos produtos. Em 2024, o total remetido ao mercado externo alcançou US$ 1,26 bilhão, representando um aumento de 12,5% em relação a 2023.
José Fernando Bello, presidente executivo do CICB, acredita que os principais avanços de 2024 vão além das estatísticas, envolvendo a operação da cadeia do couro no país. “2024 foi um ano determinante. Atuamos incessantemente nas pautas de conformidade, rastreabilidade e barreiras alfandegárias, alcançando resultados que nos permitem crescer ainda mais em 2025”, afirmou, em nota oficial.
Abertura de mercados
A recente abertura do mercado do Vietnã para as peles salgadas de bovinos do Brasil é um exemplo do reconhecimento da qualidade e da importância desse produto no mercado internacional. Essa nova oportunidade comercial promete impulsionar ainda mais a produção e a exportação de peles brasileiras.
Outro ponto crucial é a variedade. O Brasil oferece uma ampla gama de peles bovinas, com diferentes tipos de curtimento, acabamento e cores. Essa diversidade permite atender às necessidades específicas de cada cliente e indústria.
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Com a crescente demanda por produtos de couro de alta qualidade e a valorização de matérias-primas sustentáveis, as peles salgadas de bovinos do Brasil têm um futuro promissor. O país está investindo em tecnologias e práticas inovadoras para garantir a produção de peles cada vez mais eficientes e ecologicamente corretas.