reconhecimento facial animal

Pesquisadores usam reconhecimento facial para medir estresse em suínos

Inteligência Artificial e reconhecimento facial animal ajudam a identificar doenças e medir nível de estresse na suinocultura

Redação

em 14 de junho de 2022


Os pesquisadores estão treinando formas de inteligência artificial (AI) para reconhecer animais individuais e até discernir seu estado emocional apenas lendo as expressões faciais. Embora grande parte da pesquisa sobre expressões faciais de animais tenha se concentrado em cães e cavalos, alguns trabalhos mais avançados são voltados à suinocultura. Especialistas do Center for Machine Vision da University of West England, onde o trabalho de reconhecimento de emoções em porcos está sendo realizado, preveem que essa tecnologia pode ser usada para ajudar a identificar doenças e ferimentos mais rapidamente.

Se a AI puder escanear rotineiramente os rostos dos porcos e alertar os trabalhadores sobre animais particularmente estressados, o tratamento pode ser antecipado e, o sofrimento, reduzido. Os estudos podem ainda modificar os métodos mais econômicos de criação de animais, nos quais gasta-se um mínimo de recursos (como o espaço vital), mantendo os animais vivos e produtivos. 

Reconhecimento facial animal pode identificar estresse em suínos

Do lado do bem-estar animal estão pesquisadores como Melvyn Smith, diretor do Center for Machine Vision, para quem melhorar o bem-estar animal é um grande motivador em sua busca pelo uso da AI ​​na identificação de porcos estressados. 

Ele e seus colegas, em parceria com o Rural College da Escócia, desenvolveram uma forma de IA de aprendizado profundo adaptada para analisar imagens conhecida como rede neural convolucional (CNN). Com a CNN, é possível distinguir entre porcos individuais apenas analisando fotos de seus rostos. 

Esse novo projeto – destinado a reconhecer emoções – adiciona uma camada de nuances a esta pesquisa, treinando a CNN para reconhecer a diferença entre porcos estressados ​​e não estressados.

Como outros algoritmos de aprendizado profundo, a CNN do Centro aprende ao ser exposta a conjuntos de dados – neste caso, milhares de fotografias de rostos de porcos que provavelmente estão passando por estresse ou não. 

Câmeras afixadas logo acima da torneira de água onde os porcos bebem água permitem imagens de perto e relativamente uniformes de cada animal toda vez que eles tomam um gole. A CNN analisa cada fotografia, procurando variações sutis ao redor dos olhos dos porcos, além da posição das orelhas e outras características.

Com o projeto de três anos quase concluído, os resultados até agora são impressionantes: a CNN é capaz de distinguir entre as expressões faciais estressadas e não estressadas dos porcos em mais de 90% das vezes. Ao ajudar a AI a reconhecer expressões relacionadas a estados emocionais centrais dos animais, os trabalhadores rurais podem ser alertados sobre quais deles estão sentindo desconforto, antecipando atendimento médico ou alterações no ambiente de vida dos porcos.