PIB do agronegócio

PIB do agronegócio deve aumentar em 5%, diz CNA

Confederação Nacional da Agricultura se posicionou, em coletiva de imprensa, também sobre o cenário global

Redação

em 9 de janeiro de 2025


O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deve crescer 5% em 2025, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Apesar desta perspeciva, os cenários externo e interno (política fiscal, câmbio, inflação e taxa Selic) são desafiadores para os produtores rurais brasileiros”, afirmou a associação, em comunicado oficial.

Segundo noticiado pela CNN Brasil, a CNA acredita que o PIB será impulsionado pela expectativa de aumento da produção de grãos, além da alta na atividade da indústria de insumos agropecuários e do setor agroexportador.

O crescimento de 2024 foi limitado pela quebra da safra de soja e milho. Já o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuário do Brasil deve crescer cerca de 7% em 2025. Ao todo, a receita deve ser de R$ 1,43 trilhão. Em 2024 o aumento foi de apenas 0,3%. No encerramento do ano, a expectativa é de que segmento agrícola tenha um recuo de 2,5%, sendo compensado por um crescimento de 6,2% da pecuária.

Desaceleração de preços de alimentos

PIB do agronegócio

A CNA prevê ainda a desaceleração de preços de alimentos no Brasil, com alta de 5,75% em 2025, comparada a 8,49% em 2024. A recuperação da safra da soja justificaria, em partes, essa previsão. 

Em comunicado oficial, a Confederação ainda apontou a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que registra safra recorde de grãos em 2024/2025 de 322,53 milhões de toneladas, alta de 8,2% em relação a 2023/24. A elevação na área plantada (+1,9%), mesmo que pequena, é positiva, assim como a recuperação da produtividade média.

Coletiva de Imprensa

PIB do agronegócio
Sueme Mori, João Martins e Bruno Lucchi (Foto: Wenderson Araujo/Trilix/CNA Brasil via Flickr)

O balanço do agro em 2024 e as perspectivas para 2025 foram apresentados durante coletiva de imprensa que contou com a presença de João Martins, presidente da CNA, Bruno Lucchi, diretor técnico da confederação e Sueme Mori, da diretora de Relações Internacionais da CNA.

“No mercado externo, ainda que a conclusão das negociações do acordo Mercosul-União Europeia tenha sido anunciada na primeira semana de dezembro, o cenário continuará desafiador e conturbado com o acirramento nas tensões entre as principais economias mundiais, e com as sanções do próprio bloco europeu aos produtos agropecuários brasileiros, por meio de medidas como a Lei Antidesmatamento (EUDR)”.

O PIB do agronegócio e o comércio exterior

Segundo a avaliação da CNA, o cenário geopolítico para 2025 ainda apresenta tensões, mas também oportunidades e transformações globais. 

  • Estados Unidos: as medidas propostas para a economia americana terão alto grau de influência sobre o cenário global em aspectos cambiais, políticos e macroeconômicos.
  • Europa: mesmo diante da propagação de informações falsas sobre a qualidade de produção de alimentos, especialmente das carnes do Brasil e dos demais países do Mercosul, a reação do setor privado brasileiro deve focar na avaliação de ações legais de compensação em 2025.
  • China: principal mercado do Brasil passa por redução no crescimento econômico, devido à demanda interna. Por isso, o país vem buscando nas exportações uma saída para escoar sua produção.