Prazo de validade de alimentos pode ser melhor definido
Confusão gera perdas desnecessárias ; prazo de validade pode ser distinto, a depender de características como condição microbiológica
A perda de alimentos em função da confusão sobre o prazo de validade é um problema global, segundo pesquisadores da Universidade de Maryland, dos Estados Unidos. A começar pelos próprios estadunidenses, que descartam 80 milhões de toneladas de alimentos por ano, pela razão da proximidade da data de expiração colocada nas embalagens. No Reino Unido, o total chega 7 milhões de toneladas, o que representaria cerca de 35% da comida comprada nos países que formam a união.
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A confusão também acontece no Brasil. Só nos supermercados são descartados 37%, em média, dos produtos dispostos nas prateleiras, o que representaria um prejuízo de 0,7% do faturamento do setor. Em outros números: uma perda anual de R$ 3,1 bilhões. A eliminação de alimentos próximos ao vencimento é uma iniciativa prudente, tendo em vista a aplicação da lei brasileira, que é rígida e considera crime a manutenção de produtos com prazo expirado de consumo.
Critérios mais precisos para o termo “prazo de validade”
Segundo reportagem do site Neofeed, em função dessas estatísticas há um movimento mundial para mudar a especificação do prazo de validade, tendo critérios científicos mais precisos, com informações claras e padronizadas. E mais do que isso: adotar o conceito de “best before”, que, traduzindo para o português, seria “consumir preferencialmente antes de”. O conceito seria adotado, é claro, a partir de critérios de segurança e saúde.
O movimento é puxado por ativistas e representantes da indústria agroalimentar, além de estudiosos do desperdício. Eles defendem a utilização do conceito para produtos não perecíveis e de baixo risco de contaminação. Outra questão importante: as orientações dos fabricantes para o armazenamento dos alimentos devem ser seguidas à risca para que o “best before” ganhe relevância.
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O mesmo procedimento não poderia ser aplicado aos alimentos perecíveis , uma vez que, por suas condições microbiológicas, estariam sujeitos à riscos de contaminação.
Em termos práticos, a adoção do conceito poderia reduzir em 10% a perda alimentar no varejo somente no Brasil e contribuiria para ampliar a segurança alimentar no país, de acordo com a reportagem.