Quais serão os alimentos do futuro?
Alimentos inovadores ganham espaço para garantir a segurança da população mundial em 2050, que deve superar os 9,7 bilhões de pessoas
A alimentação sempre foi uma preocupação global. A previsão da Organização das Nações Unidas (ONU), de que dentro de 30 anos a população deve superar os 9,7 bilhões de habitantes, podendo chegar a 10 bilhões de pessoas na Terra, é uma das razões. Apenas esse dado já seria suficiente para aumentar a produção de alimentos em 70%, de acordo com a ONU.
E tudo sairia conforme o planejado se não fossem as mudanças climáticas, que impactam diretamente a produção de alimentos. Em tempos de crise climática, a produção é diretamente afetada. Eventos como secas, inundações, ondas de calor e pragas podem impactar a produção. Isso significa que os alimentos do futuro precisarão ser mais resistentes às condições adversas de clima, por exemplo, além de terem um menor impacto ambiental.
Um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) aponta a existência de evidências “crescentes e preocupantes” sobre o desaparecimento da biodiversidade que sustenta nossos sistemas alimentares, colocando o futuro dos alimentos em risco.
Uma verdadeira revolução sustentável está chegando às mesas e os consumidores devem adotar, cada vez mais, hábitos alimentares conscientes. Na última década, a busca por um estilo de vida e formas de consumo mais responsáveis ecologicamente têm ganhado força na sociedade, especialmente entre os jovens.
Do que vamos nos alimentar no futuro?

Em tempos de crise climática, a produção de alimentos é diretamente afetada por eventos como secas, inundações, ondas de calor e pragas. Isso significa que os alimentos do futuro precisarão ser mais resistentes a essas condições adversas, além de terem um menor impacto ambiental.
O cenário global de preocupação com a segurança alimentar e a sustentabilidad está impulsionando alguns tipos de alimentos na construção de um futuro mais saudável e equilibrado. Os alimentos do futuro incluem:
- Algas marinhas: por serem ricas em nutrientes e de rápido crescimento, as algas marinhas aparecem entre as fontes de alimentos sustentáveis.
- Leguminosas: como feijões, lentilhas, grão de bico, entre outras, são fontes de proteínas vegetais acessíveis e nutritivas. Além disso, as leguminosas ajudam a fixar o nitrogênio no solo, contribuindo para a saúde do ecossistema.
- Grãos ancestrais: trigo sarraceno, quinoa, amaranto e outros grãos ancestrais são mais resistentes a eventos climáticos extremos e podem ser cultivados em áreas onde outras culturas não prosperam.
- Proteínas tradicionais: a indústria que faz a produção tradicional de proteínas está passando por um processo de adaptação, adotando práticas cada vez mais sustentáveis, que proporcionam não somente o bem-estar animal mas, também, um produto de extrema qualidade e importância nutricional.
- Proteínas alternativas: as proteínas alternativas, como carne cultivada em laboratório, insetos e alimentos à base de plantas, são vistas como uma solução promissora para alimentar a população mundial de forma mais sustentável.
- Frutas e vegetais nativos: muitas frutas e vegetais nativos estão tendo produções adaptadas às condições climáticas e podem ser mais resistentes a pragas e doenças. Além disso, o consumo de alimentos nativos contribui para a preservação da biodiversidade.
Manter a saúde do solo e a biodiversidade, por meio da rotação de culturas, o agroflorestamento e a agricultura de conservação, são técnicas essenciais para uma agricultura sustentável e ambientalmente responsável.
A proteína está entre os alimentos do futuro?
O termo “alimentos do futuro” envolve um conceito que vem ganhando cada vez mais destaque, à medida que enfrentamos os desafios climáticos e a necessidade urgente de sustentabilidade na produção de comida. Ele se refere a uma série de inovações alimentares, que prometem transformar a maneira como nos alimentamos e como os alimentos são produzidos.
Uma das principais tendências são os alimentos plant-based, que são alternativas vegetais à carne, e a carne cultivada, que é produzida a partir de células animais, sem a necessidade de abate. Apesar da tendência, a indústria de proteínas tradicionais, como a de carne bovina, suína e de aves, está em processo de transformação. Práticas mais sustentáveis, que priorizam o bem-estar animal e reduzem o impacto ambiental, ganham espaço.
Insetos comestíveis no Brasil

Países como Tailândia, Indonésia, Vietnã, além de Austrália, China, Japão, México e Brasil, já consomem insetos comestíveis. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que pelo menos 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, ou 30% da população global, consomem insetos como parte de sua dieta. A prática de comer insetos, conhecida como entomofagia, inclui aracnídeos (como aranhas e escorpiões) e miriápodes (como centopeias), e ainda é relativamente desconhecida em muitas culturas.
Especialistas em alimentação defendem que os insetos podem fazer parte dos alimentos do futuro, uma vez que há menor consumo de água, demanda menor espaço para produção e são altamente ricos em proteína e minerais.