Qualidade sanitária é destaque na suinocultura brasileira
Especialistas destacam avanço do Brasil na exportação de aves e suínos, traçando perspectivas positivas para os próximos períodos
Os produtores de proteína animal têm conseguido expandir exportações, inclusive para o Japão e várias partes da América Latina, como é o caso do México. O processo é integrado e envolve um trabalho de base, nas granjas de suínos e aves, com medidas sanitárias adequadas.
“A abertura de mercado envolve todos os elos da cadeia”, explicou Luís Rua, diretor de Mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O executivo foi um dos debatedores do painel Perspectivas e desafios para o agronegócio – envolvendo os principais elos da cadeia, do campo ao consumidor -, que aconteceu no Salão Internacional de Proteína Animal (Siavs 2024), com cobertura do Prato do Amanhã.
A expansão envolve até produtos diferentes, como a exportação de miúdos suínos para a China. O país oriental reduziu suas importações de carne suína, mas mesmo assim há um avanço entre os associados da ABPA e a razão é a diversificação de mercado, outra característica que tem acompanhado a expansão das vendas brasileiras.
“Enquanto tivermos fôlego, vamos continuar viajando e acessando novos negócios”, reforçou Luís Rua. De acordo com ele, o Brasil mantém-se bastante próximo do Canadá, que é o terceiro maior exportador de proteína suína do mundo. O país da América do Norte apresentou uma queda de volume embarcado nos últimos anos, porém tem a perspectiva de reverter essa tendência em 2024.
O reposicionamento do Brasil passa pelo aumento de produtividade nessa área e também pela redução de produção na União Europeia, que estaria saindo dos patamares de 6 milhões de toneladas/ano para a metade disso.
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Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), também acredita na competitividade brasileira nessa área. Em seu depoimento, o produtor destacou a diversidade de meios de produção no país, incluindo as grandes cooperativas e os independentes. Além disso, ele ressaltou a produção integrada em parte do mercado.
A verticalização acontece, inclusive, entre os produtores independentes, onde alguns deles passam a ter operações frigoríficas dentro da sua cadeia. Para Lopes, independente do formato, o modelo de gestão dos produtores é parecido e tem sido um sucesso.
Além do aumento em quantidade, a qualidade genética é outra característica da produção suína nacional. Esse ponto de vista foi defendido por Alexandre Rosa, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (ABEGS).
Para ele, a integração da produção de suínos e de aves entre os grandes produtores acabou beneficiando as duas áreas. O compartilhamento de experiências ajudou, inclusive, a tornar o Brasil um exportador de material genético.
“Uma das condições para exportação é a qualidade sanitária. Uma segunda é ter um nível genético compatível com os países do Hemisfério Norte, que tradicionalmente são produtores”, argumentou.
Alexandre Rosa também defendeu o diferencial do Brasil de ter um mercado interno forte, o que pode ajudar a equilibrar as flutuações nas exportações.