Cientistas avaliam que raça crioula pode resistir às mudanças climáticas

Os pesquisadores da University College Dublin (UCD), na capital irlandesa, conduziram pesquisas sobre mudanças microevolutivas no gado crioulo e chegaram à conclusão que a raça é a mais adequada para sobreviver e prosperar num mundo em aquecimento, dada a sua tolerância a climas quentes e úmidos, desenvolvida ao longo de centenas de anos.

Segundo reportagem do site Down to Earth, a adaptação criou mais resistência e o gado pode sofrer menos estresse com a variação de temperatura. Com isso, o bem-estar do animal é impactado positivamente, bem como o peso corporal.

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A denominação crioula veio da forma que os colonizadores espanhóis e portugueses se referiam aos descendentes ibéricos nascidos nas Américas. Seria uma forma de diferenciar dos nativos e uma classificação de casta, que passou também a designar gado bovino trazido da Península Ibérica. O termo também foi estendido para os rebanhos ovinos e caprinos, assim como para os cavalos trazidos pelos ibéricos.

Evolução da raça crioula

Voltando ao estudo, entre as vantagens do gado bovino crioulo estariam as características específicas de pelagem e cor da pele que podem apresentar vantagens para os animais em relação à incidência solar. Além disso, a pelagem curta e lisa propicia maior termodinâmica para os animais em dias de alta temperatura. Outras informações foram analisadas para dimensionar a evolução da espécie, como processo reprodutivo, taxa de fertilidade e até suscetibilidade a doenças comuns entre os bovinos.

Na América do Sul a adaptação da raça às mudanças climáticas, erosões de solo, queimadas e à grande variação de temperaturas é um dos destaques do estudo. A raça atual é resultado da evolução de animais trazidos para a região ainda entre os séculos XV e XVI, e possui como ascendência exemplares da raça zebu e do gado taurino, proveniente da Europa.

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Embora seja considerado mais propensa a resistir às mudanças climáticas, a raça crioula ainda é subvalorizado no mercado. Cada vez mais, a raça é substituída por exemplares mais economicamente viáveis, o que está afetando diretamente a linhagem do gado zebu na América Latina, diz o estudo.