rastreabilidade total carne

Rastreabilidade total da carne é a meta necessária, defende Pianez

Em entrevista para a Forbes, executivo da Marfrig mostra porque o caminho da produção sustentável é urgente e inevitável na pecuária brasileira

Redação

em 15 de fevereiro de 2023


Rastrear toda a carne que chega às gôndolas é missão importante e urgente. Foi o que mostrou Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da América do Sul na Marfrig, em entrevista para a Forbes

Segundo o executivo, o Brasil tem uma das pecuárias mais avançadas do mundo, e isso tanto do ponto de vista de melhoria genética quanto de método de produção. O país também tem um ativo ambiental  de qualidade, que não pode ser comparado ao de nenhum outro país do mundo. “Não faz sentido [portanto] que não consiga iniciar um processo de rastreamento dessa produção”, definiu.

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Paulo Pianez (Foto: Divulgação)

Nesse sentido, segundo Pianez, o setor está se articulando, com apoio da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), em busca de uma rastreabilidade total da cadeia de carne bovina no país. A favor, contam programas já em evolução nos últimos anos, como o Marfrig Verde+. “Com sistema de georreferenciamento, o monitoramento para controlar os fornecedores diretos já controla 100% do que chega aos frigoríficos, e para a identificação dos indiretos (criadores de bezerros que vendem o gado para engorda) o índice é bastante expressivo. Por exemplo, na Amazônia ele é de 72% e no Cerrado 71%”, detalhou Pianez.

Com uma probabilidade de aumento no consumo mundial de carne nos próximos anos, além do atual mercado já bastante demandante, o executivo da Marfrig avalia que a agenda da produção sustentável é inevitável, e que as empresas do setor, principalmente as que exportam e possuem capital aberto, não poderão fugir a ela. “Há oportunidades grandes de atingirmos mercados com habilitações novas e que têm sido desenvolvidos”, disse. 

Rastreabilidade total da carne auxilia exportação

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A China é um exemplo. O “tigre asiático” tem um potencial grande para aumentar o consumo de carne bovina e o Brasil pode ampliar a sua agenda de exportação para ele. “Esse mercado de consumo, que já é gigantesco, proporcionalmente à sua população, ainda é pequeno”, explicou o executivo da Marfrig. 

Atualmente, a China faz um movimento de discussão entre entidades representativas, como a China Meat Association (que reúne 64 companhias chinesas), para, muito provavelmente, ampliar critérios exigidos na importação de carne. 

Para Pianez, esse movimento deve se materializar em um futuro próximo e os critérios não devem fugir à regra da procedência, assegurando que a carne não venha de área com algum tipo de problema sócio-ambiental, seja ele desmatamento, produção em terra indígena, produção em unidades de conservação, ou outros.

A reportagem da Forbes informou que, atualmente, o país produz cerca de 10 milhões de toneladas de carne vermelha, sendo que 30% desse volume é exportado. Para este ano, o valor bruto da produção pecuária é estimado em  US$ 381 bilhões.