seguranca alimentar na america latina

Segurança alimentar na América Latina ainda é um desafio

Relatório mostra indicadores sobre má nutrição e fome na região

Redação

em 22 de agosto de 2024


As estatísticas e tendências de segurança alimentar na América Latina e Caribe fazem parte do relatório Panorama Regional de Segurança Alimentar e de Nutrição 2023. Lançado em 2024, o documento foi elaborado por cinco instituições – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO); Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA); Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF); Programa Mundial de Alimentos (PMA) e Organização Panamericana da Saúde (OPAS). Nesse material, resumimos os principais pontos do relatório. Acompanhe.

Diferenças regionais

Os níveis de segurança alimentar variam de acordo com a região, grupo de população e até mesmo por gênero. Na América Central, os níveis de insegurança alimentar e fome mantiveram-se estáveis no período de 2021-22, foram reduzidos na América do Sul, mas aumentaram no Caribe, com destaque para o Haiti. As zonas rurais são as mais vulneráveis.

Fome presente

fome presente
Foto: Reprodução/FAO

O fenômeno atingiu 6,5% da população latino-americana e do Caribe no período analisado pelo relatório. Em números, isso significa que 43,2 milhões de pessoas. Apesar de menor do que a média mundial – 9,2% – os índices atuais ainda estão acima do período pré-pandemia. 

Insegurança alimentar

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Foto: Reprodução/FAO

A insegurança alimentar moderada ou grave é uma realidade para 37,5% da população da região. Em 2022, 247,8 milhões de pessoas estavam nessa categoria. Embora os índices tenham sido reduzidos em relação ao relatório anterior, eles são mais altos do que a média mundial, que é de 29,6%. As mulheres são mais afetadas do que os homens. 

Má nutrição

Todas as formas de má nutrição aparecem na região, incluindo o atraso no crescimento infantil, as deficiências de micronutrientes, sobrepeso e a obesidade. É importante ressaltar que uma em cada cinco pessoas da América Latina e Caribe não conseguiu ter acesso a uma dieta saudável entre 2018 e 2022. 

Desnutrição

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Foto: Reprodução/FAO

Com efeitos no atraso do crescimento, emagrecimento infantil e carências de vitaminas, a desnutrição é um problema complexo. O atraso no crescimento de crianças menores de cinco anos chega a 11,7% na região. Embora os índices tenham diminuído entre 2012 e 2022, houve a prevalência desse problema durante a pandemia. Os números também estão acima da Agenda 2030 da ONU. 

Sobrepeso

Outro efeito da má nutrição, o sobrepeso, afeta 8,6% das crianças menores de 5 anos. Com isso, a região da América Latina e Caribe tem um índice 3 pontos percentuais acima da média mundial. E há uma tendência maior de crescimento do problema, quando a região é comparada a outros lugares no mundo. 

Obesidade

O relatório aponta um aumento considerável da obesidade na região entre 2000 e 2016. Um quarto da população adulta estaria nessa classificação em 2016 (dado disponível mais recente), acima da média mundial de 13%. Na América Central os números são ainda maiores, chegando a 27,3%. 

Amamentação infantil

Foto: Reprodução/FAO

Também nesse índice, a região apresentou números inferiores ao global. No mundo, a média de amamentação nos primeiros seis meses de vida é de 47,7%, enquanto que na América Latina e Caribe os dados de 2022 indicavam que 42,65% das mães adotavam a prática. O dado importante é o aumento desse índice desde 2012, com destaque para a América Central, onde o incremento foi de 16 pontos percentuais até 2022.  

Baixo peso

A região apresenta um índice maior do que a média mundial: 9,6% dos nascituros estariam nessa classificação, contra 14,7% do índice global. Para a OMS, estar abaixo do peso, ou seja, com menos de 2,5 kg no nascimento, constitui um problema mundial, com graves consequências para a saúde da criança. 

Custo da dieta saudável

Foto: Reprodução/FAO

Os latino-americanos e caribenhos pagam mais por uma alimentação saudável do que outras pessoas no mundo. São 4,08 dólares de paridade de poder aquisitivo (PPA) por pessoa/dia. No mundo, esse valor é de 3,66. Entre 2021 e 2022, a dieta saudável ficou 5,3% mais cara. O maior aumento de custo – 6,4% – aconteceu na América do Sul, valor necessário para a ingestão de 2.330 kcal/dia em alimentos de qualidade. 

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