Sobras de alimentos estão entre as maiores emissoras de metano
Estratégias para reduzir o descarte de alimentos podem diminuir a produção de gases de efeito estufa e combater a fome
O combate ao desperdício de comida pode aumentar a segurança alimentar e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Mundialmente, 45% da produção de alimentos vai para lixo, por diversas razões, mas poderia ter um aproveitamento racional. Em números, são 569 milhões de toneladas anuais.
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Esse volume imenso de descarte é enviado aos aterros sanitários ou mesmo para lixões improvisados. O acúmulo gera o gás metano, que é 80 vezes mais potente para o aquecimento global do que o carbono. Os lixões, por sua vez, estão entre os grandes emissores do gás.
Em resumo, atacar o problema do desperdício de alimentos pode ser duplamente positivo. As mudanças envolvem desde hábitos diários que evitem o descarte e estimulem o reaproveitamento de alimentos até o desconto promovido por supermercados para alimentos com data próxima do vencimento.
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O aproveitamento melhor de frutas, legumes e verduras – que representam 20% do descarte de alimentos no mundo – pode contribuir para a redução geração de gases de efeito estufa (GEE), uma vez que esse desperdício representa 5% dessa emissão. No caso da carne, embora representem 5% do desperdício mundial, o efeito desse descarte indevido é pesado: 20% da emissão dos GEE.
Efeitos do metano
O efeito do metano tem outros exemplos citados pelo site Neofeed: a comida descartada nos Estados Unidos representa 14% da emissão do gás no país. Esse volume equivale à mesma emissão de 75 milhões de veículos – 25% da frota americana – circulando durante o ano todo.
No Brasil, o agronegócio também pode trabalhar positivamente com investimentos em tecnologias que diminuam a eructação em vacas e bois. Há vários avanços nessa área. Outra frente de combate, inclui, é claro a redução do desperdício de alimentos.
O assunto é importante, considerando que 64 milhões de pessoas estariam na classificação de insegurança alimentar no país.