Marcelo Campos e Fábio Froelich (Foto: Reprodução/Senior Sistemas via Flickr)
tecnologia no agro
Marcelo Campos e Fábio Froelich (Foto: Reprodução/Senior Sistemas via Flickr)

A era do agronegócio conectado

Com tecnologias cada vez mais integradas, o agronegócio ganha não apenas maior eficiência, mas também melhor produtividade e acesso a novos mercados

Redação

em 22 de novembro de 2023


As novas tecnologias permitem que o agro se torne mais inteligente, eficiente e conectado. A visão é de Marcelo Campos, gestor da GAtec, que participou do Brasil Agro 2023. Segundo ele, automação de equipamentos, Internet das Coisas (IoT), aprendizado de máquina, blockchain, análise de dados, entre outras inovações, viabilizam ganhos de escala e proporcionam soluções essenciais para a cadeia produtiva, como a rastreabilidade.

“As empresas do agro precisam ter essa estrutura, para gerar informações e facilitar a tomada de decisão”, afirmou, mencionando a importância dos recursos humanos nesse processo. “A integração de tecnologias tem que ser algo natural no dia a dia dos usuários”, explicou. 

Fábio Froelich, gerente de mecanização e TI do Grupo Nativa (empresa que atua no plantio de grãos, como soja, milho e algodão, além de armazenamento e beneficiamento), ressaltou que, ao mesmo tempo em que as máquinas se tornam cada vez mais ecológicas e autônomas, a mão de obra fica escassa. “É fundamental que, com o avanço da tecnologia no agro, as empresas passem a investir em treinamento e na retenção de talentos”, pontuou.

Transformação digital no campo

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Foto: Freepik

Campos ressaltou que a transformação digital do campo é muito forte e também muito rápida. “Desde 2010, a automação e as iniciativas para promover a sustentabilidade já eram características do agronegócio. Desde então, as tecnologias foram avançando, com o gerenciamento integrado, o sensoriamento remoto. Mas, a partir de 2022, a Inteligência Artificial e o machine learning começaram a ganhar espaço”. 

Para Froelich, um ponto de atenção diz respeito à conectividade. “O que esperar daqui para frente? O machine-to-machine, ou comunicação entre máquinas, é uma coisa que precisamos focar agora, além do desenvolvimento de outras tecnologias. Mas, para que elas sejam viáveis, dependemos não só de vários fornecedores e profissionais, mas também de conectividade, que ainda é limitada em muitas localidades do país”, apontou. 

Na visão de Campos, é preciso pensar à frente. “Se conversarmos hoje, com um produtor, ele já está pensando em como incorporar as tecnologias ao seu negócio. Atualmente, ela [a tecnologia] ainda é como um lego, com várias peças que precisam ser encaixadas. Por isso é preciso montar a estrutura, entender como a integração funciona, para evoluir para os próximos passos”, afirmou.

Para os especialistas, o desenvolvimento da tecnologia no agro é fundamental para o crescimento do agro e para a abertura de novos mercados. “Existe um grande potencial de crescimento, mas vários mercados exigem garantias de sustentabilidade, que a rastreabilidade consegue proporcionar, com o monitoramento de toda a cadeia de fornecedores”, disse Froelich, mencionando ainda benefícios como maior eficiência em treinamentos, redução de custos operacionais e resolução de problemas de forma mais assertiva. “Tudo isso são ganhos para o negócio”.