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WRI discute desafios e oportunidades para a COP29

Reunião online teve como finalidade discutir a próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas - COP29

Redação

em 4 de novembro de 2024


Especialistas do Instituto de Pesquisas WRI Brasil participaram, no fim de outubro, de uma reunião online que teve como finalidade discutir a próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP29, que acontecerá em Baku, no Azerbaijão, entre os dias 11 e 22 de novembro de 2024.

Novamente, a ênfase foi dada para a urgência de se garantir o devido financiamento para a ação climática global. Segundo os especialistas, serão necessários pelo menos um bilhão de dólares em financiamento climático, com 200 mil milhões de dólares anuais até 2030, aumentando para 300 a 400 milhões de dólares até 2035. 

A discussão também trouxe à tona o papel dos bancos multilaterais de desenvolvimento (BMD) e do financiamento privado, salientando a importância do financiamento público, além das reformas políticas nos países beneficiários. 

A situação das eleições americanas também foi levantada, uma vez que o resultado pode interferir nos compromissos climáticos. Apesar disso, os especialistas mantiveram as discussões sobre a manutenção da ambição e das finanças globais, destacando a importância das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, em inglês) e o papel de países como a China e os Estados Unidos nas negociações.

Desafios e oportunidades para a COP29, na visão do WRI

Gaia Larsen e David Waskow, ambos do Instituto de Recursos Mundiais (WRI, em inglês), apontaram os principais desafios e oportunidades para garantir um resultado bem-sucedido no financiamento climático na COP29, listados abaixo.

  • Ceticismo entre os países ricos quanto ao aumento da ambição e do financiamento, apesar do Acordo de Paris exigir o apoio dos países desenvolvidos.
  • Dificuldade em chegar a um acordo sobre a dimensão do objetivo central de finanças públicas e sobre quem deve contribuir.
  • Garantia de financiamento concessional e baseado em subvenções suficientes, especialmente para os países mais pobres e vulneráveis.
  • Integração do financiamento privado de forma transparente e responsável.

Já entre as oportunidades, os especialistas do WRI apontam a existência de um amplo acordo sobre a quantia necessária para o financiamento climático para o Sul global, com um núcleo de financiamento público concessional.

Sabe-se que os principais negociadores estão empenhados em encontrar um resultado positivo para o financiamento climático na COP29. Além disso, existe consenso sobre a necessidade de uma abordagem em camadas, com a mobilização das finanças públicas e a redução dos riscos do investimento privado.

As reformas dos bancos multilaterais de desenvolvimento e a alavancagem da reestruturação da dívida podem, também, ajudar a aumentar o financiamento disponível, segundo os especialistas do WRI. De acordo com eles, a expansão da base de contribuintes para além dos países desenvolvidos tradicionais poderia desbloquear novas fontes de financiamento. “A capacidade de capitalizar estas oportunidades e superar os desafios será fundamental para garantir um resultado significativo no financiamento climático na COP29”, declarou Gaia Larsen.