criacao fora de gaiolas

Grupo europeu defende bem-estar animal e criação fora de gaiolas

Segundo a iniciativa inglesa Compassion in World Farming, mais de 300 milhões de animais passam a vida inteira em gaiolas, e maioria dos europeus são contrários a isso

Redação

em 7 de junho de 2024


Em março deste ano, o comitê da campanha End the Cage Age (Parem de usar gaiolas), formado por um grupo de membros que promovem a chamada ECI (Iniciativa de Cidadãos Europeus), deu entrada em uma ação contra a Comissão Europeia, no Tribunal de Luxemburgo. O motivo foi o fato de que a União Europeia não cumpriu o compromisso de proibir a criação de animais em gaiolas, assumido em 2021

Segundo o grupo, 1,4 milhão de cidadãos europeus e 170 organizações não-governamentais (ONGs) apoiam a proposta, que abrange diversos animais (aves, coelhos e suínos, entre outros), e os reconhece como seres sensíveis, o que justifica o cuidado com seu bem-estar. Segundo o grupo, embora existam algumas proibições na União Europeia em relação a tipos específicos de gaiolas e espécies animais, houve pouco progresso na frente legislativa.

“Embora todos os animais de fazenda sejam beneficiados pela legislação atual sobre proteção, apenas as galinhas poedeiras, frangos de corte, porcas e bezerros são cobertos por regulamentações sobre utilização de gaiolas”, destaca a iniciativa, cobrando maior rigor no atendimento à legislação. 

De acordo com o grupo, mais de 300 milhões de animais passam a vida inteira em gaiolas. Ao mesmo tempo, uma pesquisa da Eurobarometer, realizada pela Comissão Europeia no ano passado, revelou que 89% dos cidadãos são contrários a esse modelo de criação, conforme noticiado pela Forbes.

Por que a criação fora de gaiolas é importante?

O confinamento em gaiolas vem sendo alvo de questionamento há anos, por não permitir que os animais exerçam seus comportamentos naturais de maneira adequada. As criações convencionais, calcadas no engaiolamento, costumam expor os animais a distúrbios locomotores e comportamentais, além de estresse. Estudos mostram que animais confinados são mais frágeis e têm risco aumentado de doenças, precisando de mais antibióticos, o que também compromete a produtividade das fazendas e eleva as despesas. 

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Por outro lado, modelos de criação que respeitem as necessidades fisiológicas dos animais podem mostrar o caminho para alinhar sustentabilidade às cadeias produtivas.

No caso das aves, por exemplo, além de maior bem-estar, o modelo de criação livre garante maior saúde e mais qualidade dos ovos. No sistema conhecido como cage-free, as galinhas têm circulação livre, locais protegidos de chuva ou excesso de calor, acesso a água e comida e, portanto, não precisam competir entre si. Assim, a debicagem severa não é permitida, o que reduz o sofrimento.