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Chineses aceitam pagar mais por carne de origem sustentável

Segundo pesquisa realizada com consumidores em Pequim e Xangai, mais de 22% do público pagaria mais por carne oriunda de áreas não desmatadas

Redação

em 13 de junho de 2024


Atualmente, um quilo de filé mignon bovino brasileiro chega aos chineses por valores entre US$ 40 e US$ 70. Apesar do valor elevado, 22,5% dos consumidores afirmaram que pagariam ainda mais caso o produto chegasse com algum certificado de origem que garantisse que a carne não é procedente de áreas de desmatamento. 

A informação é de uma pesquisa realizada pela Academia Chinesa de Ciências Sociais e a FGV Agro, da Fundação Getúlio Vargas, com apoio da ONG americana The Nature Conservancy. Segundo Eduardo Assad, pesquisador da FGV Agro, esse resultado atesta a importância da adoção de estratégias de rastreabilidade. “A tendência é de que o próprio mercado passe a exigir isso, levando os produtores a se preocuparem cada vez mais com a produção sustentável”, disse ele

Atualmente, o Brasil supre 60% da carne importada pela China. No ano passado, isso totalizou quase 1,2 milhão de toneladas, o que representa US$ 5,73 bilhões. O país é o maior importador do Brasil e, hoje, 144 produtores de carnes (bovina, suína e de aves) estão autorizados para vender à China. 

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Selo voluntário

Kevin Chen, acadêmico chinês e membro da Universidade de Zhejiang, defende que um selo que ateste a sustentabilidade dos produtos não seja obrigatório, ao contrário das iniciativas restritivas adotadas na União Europeia. “Quando é mandatório, seja ou não uma boa política, se torna um tema polêmico. Mas, se é voluntário, deixamos que o mercado decida”, explicou. 

Na avaliação do pesquisador, isso será cada vez mais importante para que o Brasil exporte para a China, levando, naturalmente, os produtores à conscientização sobre as boas práticas e a rastreabilidade de toda a cadeia.