Projeto de agricultura regenerativa mira produtores de MG e MS
Archer Daniels Midland quer incentivar fazendeiros a recuperar 200 mil hectares de soja nos próximos cinco anos
A Archer Daniels Midland (ADM) quer recuperar 200 mil hectares de soja nos próximos cinco anos, ao incentivar que produtores adotem práticas de agricultura regenerativa. A empresa norte-americana já conta com um projeto-piloto de 20 mil hectares em fazendas de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais.
De acordo com reportagem da Forbes, a proposta é prestar consultoria sobre os métodos e medir o nível de carbono gerado pelas lavouras, que é um dos passos para a agricultura regenerativa.
Iniciativas do tipo não são novidade no Brasil, já que empresas como a Bunge e a Syngenta já contam com projetos de recuperação – 250 mil hectares e 1 milhão de hectares, respectivamente. No caso da ADM, a questão é iniciar o projeto para estipular um custo frente a um momento em que as commodities estão em baixa e os produtores não estão tendo os mesmos lucros de outrora.
O programa da ADM estipula que os produtores realizem o manejo especial da água e do solo e façam o plantio direto – sem revolver a terra, com manutenção dos rejeitos e rotação de culturas. Complementando a estratégia, está o uso de sistemas como a ILPF (integração lavoura, pecuária e floresta), que utiliza bioinsumos em vez de fertilizantes e defensivos tradicionais.
Ainda segundo a empresa, produtores rurais brasileiros já utilizam métodos semelhantes ou iguais às práticas sugeridas. O trabalho da ADM seria mais o de direcionar seus parceiros para potencializar suas iniciativas de agricultura regenerativa, além de mensurar os resultados de forma científica, incluindo o sucesso da fixação do carbono no solo.
Produtividade
Uma das fazendas em que o piloto está mais avançado é na Pombo, localizada em Uberlândia (MG). Com 10 mil hectares de plantações de soja, milho, batata, trigo e feijão, a produção já é bem tecnológica e usa conceitos de agricultura de precisão. Do total, 1,1 mil hectares estão participando do projeto da ADM e a meta é chegar a 2 mil nos próximos anos.
![fazenda pombo projeto de agricultura regenerativa](https://pratodoamanha.com.br/wp-content/uploads/2024/06/fazenda-pombo.jpg)
Mesmo com o aumento dos custos de produção com a aplicação do método regenerativo, que no início pode implicar perdas na produtividade, a ADM defende que as melhorias na gestão da fazenda e ganhos de produtividade posteriores às adaptações vão compensar os gastos. A própria administração da Pombo diz que a variação na produtividade não é uma certeza e que o aumento dos custos pode ser recuperado em, no máximo, sete anos. Nesse tempo, a expectativa é de que os ganhos ultrapassem os custos.