creditos de carbono

Brasil poderá atender 48,7% da demanda global de créditos de carbono até 2030

Projeção da ICC Brasil com a consultoria WayCarbon mostra que mercado brasileiro de créditos de carbono pode chegar a US$ 120 bilhões

Redação

em 14 de novembro de 2022


O mercado brasileiro de créditos de carbono pode gerar receitas de US$ 120 bilhões até 2030 e suprir 48,7% da demanda global desses títulos. A projeção foi feita pela ICC Brasil em parceria com a consultoria WayCarbon. 

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O cálculo trabalha com a base de um cenário otimista, onde a tonelada de gás carbônico vai valer US$ 100, valor estimado pela TSVCM (Taskforce on Scaling Voluntary Carbon Markets). O Brasil pode atingir a emissão de 1,5 gigatoneladas a 2 gigatoneladas de CO2 no final da década, o que pode contribuir para reduzir a mudança climática.

Mercado de crédito de carbono

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Atualmente, a oferta brasileira corresponde a cerca de 12% das emissões mundiais (45,28 MtCO2 em créditos de carbono no mercado voluntário em 2021), superando o market-share de 10% verificado no estudo do ano passado. Tal desempenho é reflexo da influência da regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris. 

“Sabemos que ainda existe falta de clareza no mercado de crédito de carbono como um todo, com questões que partem desde o seu papel na agenda climática a como identificar os atores, incluindo dúvidas mais objetivas, como os métodos de rastreamento dos créditos. O nosso objetivo é entregar uma bússola que indique o caminho aos agentes econômicos de forma transparente para que eles possam desenvolver, estruturar e fortalecer esse mercado”, explica Laura Albuquerque, gerente geral de consultoria da WayCarbon, à frente da pesquisa. 

A executiva ainda destaca a necessidade de uma discussão elevada sobre o segmento, “é necessário fortalecer os fluxos das etapas de geração do crédito de carbono, por isso, um dos objetivos deste trabalho é nivelar o conhecimento e melhorar a qualidade do debate sobre o crédito de carbono no Brasil. 

Barreiras e oportunidades

O estudo aponta cinco barreiras que possuem influência direta no desenvolvimento do mercado de carbono, que são de natureza política, mercadológica, econômica, técnica e regulatória. 

Em relação às oportunidades, destacam-se os maiores potenciais do mecanismo do Artigo 6.2, que permite que os países troquem entre si os chamados “Resultados de Mitigação Internacionalmente Transferidos” (ITMOs). Segundo a experiência de pilotos do mecanismo 6.2, recomenda-se que o governo brasileiro já defina possíveis tipos de projetos e parcerias para transferência de ITMOs.