Nutrição do gado confinado melhora em 15 anos, segundo pesquisa
Para especialista da Unesp, rebanho come melhor e tem melhor rendimento
Danilo Millen, zootecnista e PhD em nutrição de ruminantes, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), coordenou uma pesquisa que mostra o perfil de nutrição do gado confinado no Brasil. Realizado entre 2023 e 2024, com nutricionistas especializados na área, o levantamento indica que a alimentação mudou desde que foi realizada a primeira pesquisa desse tipo, em 2009.
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Naquela época, os dados mostravam que os chamados volumosos (silagem de milho, cana e capim, principalmente) correspondiam a 28,8% da alimentação do gado confinado. A participação deste tipo de alimento caiu para 15,7% em 2023. Em contrapartida, houve um maior uso de ingredientes concentrados, como grãos de cereais. Hoje, eles são considerados a principal fonte de energia para bovinos confinados, com participação de 84,3%.
O milho e o sorgo puxam a nutrição do gado confinado. A pesquisa aponta que tais itens são a primeira opção de alimentação para, respectivamente, 97,2% e 85,7% dos nutricionistas entrevistados. A redução da alimentação de tipo volumoso também reduz nos custos e existe uma tendência de maior ganho de peso e, portanto, menor permanência do gado no confinamento.
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A participação do gado confinado na produção de proteína animal de origem bovina também cresceu, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em 2023, 18,2% do rebanho processado foi oriundo de confinamento, contra 13,3% do ano de 2021.
Um detalhe importante é que o Brasil tem o segundo maior rebanho em confinamento no mundo: 12% dos 202,8 milhões de cabeças de gado bovino no país são criados nesse regime de alimentação. Nessa área, somente os Estados Unidos mantêm um volume maior.
O estudo da Unesp foi feito entre 2023 e 2024 e baseou-se em entrevistas com 36 nutricionistas, responsáveis pela alimentação de seis milhões de animais de todo o país.
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