nutricao pecuaria

Nutrição pode ser o ponto de reação da pecuária em 2024

Reunião da Associação Brasileira das Indústrias e Suplementos Minerais (ASBRAM) aconteceu em São Paulo e reuniu interessados no setor

Redação

em 9 de abril de 2024


A primeira reunião ordinária da Associação Brasileira das Indústrias e Suplementos Minerais (ASBRAM), que aconteceu em São Paulo, trouxe informações importantes sobre o setor agropecuário. Dentre elas, o fato de que a nutrição pode ser o ponto de reação do mercado nacional em 2024. A revelação foi feita por Rodrigo Albuquerque, conhecido por sua paixão pela pecuária. Durante o evento, o analista passou uma imagem de otimismo ao setor.

De acordo com o noticiado pelo Presente Rural, a pecuária do Brasil vai começar a reagir ao longo de 2024, mas será preciso melhor compreensão do cenário, uma vez que este ainda deverá ser um ano delicado. Investir em boa nutrição na pecuária pode ser um divisor de águas no chamado ciclo pecuário.

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Foto: Kika Damasceno/ O Presente Rural

“O mercado está saturado de animais. Até apresentou reação, mas, sem muita força para alavancar mais, em função das condições econômicas. Já as exportações estão excelentes, em volume, porém não em preços — quesito no qual registraram queda de até 19%. Porém, o Brasil permanece como o hipermercado do mundo”, analisou o especialista.

Alcides Torres, também especialista no assunto e analista de mercado da Scot Consultoria, tem a mesma impressão de Albuquerque sobre o setor. Para ele, é necessário investir em nutrição pecuária para melhorar o desempenho do rebanho. “Em 2023, encaramos um momento de baixa no ciclo pecuário. Em 2024, ainda teremos uma sobre oferta de gado, mas já é esperada uma melhora nas cotações. A escalada mais intensa, porém, deve começar somente em 2025, quando veremos o início da fase de alta do ciclo”, afirmou Torres.

Para Fernando Penteado Neto, presidente da ASBRAM, é preciso reforçar ao pecuarista a importância de investir e usar corretamente a nutrição animal de qualidade, para a geração de resultados nas propriedades. “Assim, será possível atingir novos patamares de eficiência, sustentabilidade e de prosperidade na atividade”, apontou.

Nutrição pecuária

Rodrigo Albuquerque é um pecuarista que está sempre de olho nas tendências, pensando na melhoria do setor. Para ele, a troca de informações entre criadores é necessária. “O pasto é uma lavoura esquecida, que está cobrando o seu ‘boleto’. O que salva o nosso pecuarista é fazer o básico bem-feito. Água, suplemento, cerca, cocho, curral, pasto, sanidade. Coleta e análise de dados para a melhor tomada de decisão. Isso significa investir em tratamento do solo, silagem, integração, manejo de pasto ou qualquer outra determinante para a melhoria da qualidade da produção”, acrescentou. Segundo ele, a nutrição é o ponto de virada do setor, pois desta forma os investimentos feitos na suplementação mineral dos rebanhos também impactam na tecnologia.

Para Felippe Cauê Serigati, doutor em Economia e coordenador do Mestrado Profissional em Agronegócio do FGVAgro, o pecuarista precisa ter mais atenção à nutrição dos rebanhos para obter melhores resultados. 

No cenário econômico, em janeiro (2024), foram comercializadas 163 mil toneladas, sendo 147,5 mil destinadas para o corte, um crescimento de 0,7% no comparativo com o ano anterior. Apesar disso, houve registro de queda no número de cabeças, 54 milhões de animais.

Para Albuquerque, isso está diretamente relacionado à nutrição. “O pecuarista precisa gerenciar a margem própria, tão bem como a indústria. Fico sempre de olho na China e nos Estados Unidos. Hoje, por exemplo, presenciamos o menor rebanho americano desde 1951. O que precisamos é nos preparar melhor para os anos ruins. O ciclo pecuário é uma viagem de quatro anos. E temos de usar bem o exército de profissionais disponibilizado pela Indústria de Suplementação, que hoje é de 15 mil pessoas. As fazendas têm sede de informação e gestão. E a suplementação me dá conhecimento agronômico. O pecuarista tem que beber dessa fonte para administrar melhor o negócio”, justificou Albuquerque.