10 tendências que vão revolucionar a produção de carne bovina, segundo Embrapa
Centro de Inteligência da Carne Bovina, da Embrapa, aponta as principais tendências que devem modificar o setor nos próximos anos
Os cientistas do Centro de Inteligência da Carne Bovina (Cicarne), departamento da Embrapa Gado de Corte, avaliaram dez tendências que devem marcar a produção do setor até 2040. O documento aponta, como primeira tendência, que os produtos biológicos serão a base da sanidade bovina daqui a alguns anos.
1 – Produtos Biológicos
Conforme destacou reportagem da revista Forbes, a necessidade da redução de resíduos na carne e a dificuldade no desenvolvimento de novas moléculas efetivas no controle de doenças e parasitos, juntamente com o avanço biotecnológico voltado à sanidade, propiciam o declínio de produção e utilização de fármacos alopáticos e o maior avanço na produção de fármacos biológicos.
2 – Maior Uso de Biotecnologia
A lista continua com destaque para o uso da biotecnologia para a transformação da pecuária e da carne. Segundo os especialistas, problemas históricos da atividade serão eliminados, ou pelo menos controlados. Eles avaliam ainda que a genética de bovinos de corte, com ganhos em termos de resistência animal, produtividade, precocidade e qualidade da carne, também ganhará relevância.
3 – Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
A terceira tendência indica o uso de menos pasto para a produção bovina, inclusive com aumento da área chamada de ILPF, ou seja, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. “Teremos maior número de bovinos produzidos, integrados à diversidade produtiva e ao meio ambiente, com menor uso de terras para a atividade”, destaca a matéria.
4 – Bem-Estar Animal
A lista do Cicarne destaca ainda o bem-estar animal como assunto chave para o futuro. Para os especialistas, será mandatório produzir respeitando o bem-estar animal ao longo de toda a cadeia. A tendência é que se passe a exigir certificados de produção de bem estar animal em todas as etapas do transporte e do frigorífico.
5 – Profissionalização máxima
A quinta tendência aponta para a consolidação da pecuária com grandes players, um processo de seleção natural, em que metade dos pecuaristas serão eliminados se não melhorarem seus padrões de gestão e de produção.
6 – Transformação dos Frigoríficos
Um processo de transformação forte também deve acontecer com os frigoríficos e é a sexta tendência em foco. E a mudança acontece para atender o consumidor interno e os importadores.
7 – Denominação de Origem
A carne com denominação de origem é a sétima tendência e é um fenômeno que vai replicar a experiência de mercados como o de vinho. “Pecuaristas e frigoríficos irão trabalhar fortemente em termos de diferenciação de cortes e processos produtivos em busca de geração de valor a seus produtos”, explicam os especialistas.
8 – Exportação Brasileira em Alta
O Brasil como grande exportador de carne e genética é outra avaliação e será um processo de consolidação nos próximos vinte anos. Isso significa também que as exportações de carne bovina devem ser maiores do que as atuais 20% de parcela da produção local. Para o Cicarne, “o país se destacará na exportação de genética, de animais vivos para abate, de cortes de carne e de subprodutos, atingindo, tanto mercados emergentes, como sofisticados”.
9 – Transformação Digital
A lista de tendências fecha com dois temas importantes. O primeiro deles é a transformação digital do setor, com maior enfoque no processo de distribuição de insumo, gado e da carne. “Nas propriedades, a gestão chegará a outro patamar com muita tecnologia embarcada, o que possibilitará eliminação de gargalos da produção. O mesmo fenômeno ocorrerá nos frigoríficos, onde robôs irão mudar a forma de processamento, impactando nos custos, na produtividade industrial e na qualidade do produto final”, adverte o documento do Cicarne.
10 – Qualificação Profissional
Por fim, o setor precisará se preocupar com um provável apagão de mão de obra e o maior desafio será qualitativo, pois o avanço do setor vai exigir profissionais familiarizados com tecnologias como a internet das coisas (IoT) e técnicas como a ILPF citada acima.