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Agricultura precisa aumentar produtividade em 28%, se quiser acabar com a fome

Dados da FAO e da OCDE apontam que produtividade do setor precisa aumentar nesta década para atingir objetivos da ONU

Redação

em 2 de agosto de 2022


A produtividade agrícola mundial precisa aumentar 28% até o fim da década. A afirmação consta no novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), desenvolvido em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O aumento da produção será necessário para atender os objetivos da ONU de erradicação da fome e da redução das emissões de gases de efeito estufa do setor agrícola até 2030.

O aumento de produtividade será um desafio, visto que o próprio relatório indica que a agroindústria global cresceu apenas um terço disso na última década. Os dados apontam que só o crescimento da produtividade do gado precisaria aumentar 31%, enquanto os alimentos precisam passar dos atuais 13% para 24% entre 2022 e 2031.

O relatório da FAO e da OCDE é taxativo: se não houver um crescimento de 28%, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ODS-2 “Fome Zero” da ONU não será alcançado até 2030. O conselho é para que os investimentos para estimular a produção agrícola busquem aumentar o rendimento e melhorar a gestão das propriedades.

Expectativas de crescimento

As duas organizações esperam que a produção agrícola mundial aumente, em média, 1,1% por ano entre 2022 e 2031, principalmente nos países de renda baixa e média. Na América Latina e Caribe, por exemplo, há o potencial de ampliar a produção, no entanto, a pobreza local é um impeditivo para que a população regional consuma os alimentos.

Já na produção pecuária e pesqueira, a expectativa é de crescimento médio anual de 1,5%, graças a gestão mais eficiente e a novos métodos de alimentação.

As perspectivas do relatório preveem maior acesso a insumos (como fertilizantes) e investimentos em tecnologia, infraestruturas e treinamento que aumentem a produtividade. Em contrapartida, o contexto atual não é dos melhores, já que a guerra na Ucrânia afetou o preço desses insumos e da energia. Se o cenário se mantiver por um maior prazo, a FAO e a OCDE reconhecem que os custos de produção vão limitar o crescimento da produção e provocar a redução das previsões.