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Alga na dieta bovina reduz emissão de metano

Adição de alga na dieta bovina aumenta em 20% a conversão de comida em peso corporal, reduzindo a emissão de gás metano

Redação

em 22 de julho de 2022


Um estudo feito pelo Food Center da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revela que o uso de algas na dieta de bovinos pode ir além da redução das emissões de metano e ajudar na produtividade. Segundo Ermias Kebreab, diretor do centro de pesquisa, o uso de uma alga vermelha chamada Asparagopsis conseguiu converter o peso corporal dos bois estudados de forma mais eficaz do que o gado que consumiu uma dieta convencional. Os dados apresentados pelo pesquisador indicam uma eficiência 20% maior. 

Para tanto, foi necessária a adição de menos de 100 gramas por dia da Asparagopsis. “Este benefício pode reduzir os custos de produção para os produtores, que não precisarão comprar tanta comida”, disse. O uso das algas ainda permitiu a redução de emissões de metano entre 60% e 80%. “Quanto menos forragem comerem mais eficaz é (a redução das emissões). Assim, ganha o clima e ganha o produtor”, diz Kebreab, especialista em emissões de gases de efeito estufa por animais.

Outro aditivo alimentar que os pesquisadores do Food Center estão estudando é o Mootral, feito a partir de extratos de limão e de alho. Novamente, o estudo era para verificar a qualidade na redução de emissões, que fica entre 20% e 25% em comparação com dietas sem o aditivo. Mas Kebreab aponta que é possível que o Mootral aumente a produção do leite.

Por que é importante reduzir as emissões de metano

O metano é um gás de efeito estufa que pode manter o calor na atmosfera de modo 28 vezes mais eficaz do que o dióxido de carbono, explica o especialista. A maior fonte do metano provém da agricultura e dos dejetos, em especial dos ruminantes, como o gado bovino. “As emissões de metano do gado ruminante aumentaram mais de 50% nos últimos seis anos, e prevê-se que continuem a aumentar”, avalia. 

Por isso, instituições de pesquisa buscam formas de melhorar a digestão de bois para que o próprio organismo deles reduza a produção ou até elimine o metano. Ao acrescentar aditivos alimentares às dietas em quantidades pequenas, de forma a não alterar a qualidade nutritiva da dieta e nem a qualidade do boi, a iniciativa pode reduzir as emissões entre 20% e 90%.

De acordo com o pesquisador, mais de 40 estudos documentaram que, acrescentando menos de 10 gramas do aditivo Bovaer, as emissões de metano podem ser reduzidas entre 30% e 60%. Os bezerros que nascem de uma vaca alimentada com ele produzem menos metano, mesmo sem o aditivo, durante seu primeiro ano de vida. “Se alimentarmos uma vaca com uma colher de chá de aditivo, a redução nas emissões de gases com efeito de estufa será maior do que as viagens aéreas globais”, finaliza.