Brasil ganha centro de pecuária sustentável 

O primeiro centro de pecuária sustentável do Brasil está sendo implantado em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e servirá como fazenda modelo para outras iniciativas similares no país. O centro é ação da Secretaria de Agricultura paulista e faz parte do plano de metas de neutralidade climática do governo de São Paulo, segundo Renata Branco, pesquisadora do Instituto de Zootecnia (IZ), instituição que pertence à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). 

“Temos bastante pesquisa em vários centros, mas nenhum centro focado em pecuária sustentável”, explicou a pesquisadora. De acordo com Renata, uma fazenda modelo será estruturada a partir do Centro, permitindo a transferência de tecnologia para a cadeia produtiva, com todas as pesquisas relacionadas à pecuária sustentável. O rol de estudos inclui, por exemplo, a avaliação de aditivos nutricionais para bovinos em confinamento, a recria intensiva e a terminação intensiva a pasto e em confinamento.

ILFP e pecuária sustentável

O lançamento do Centro aconteceu durante o Fórum Metano na Pecuária, realizado em maio na capital paulista, e que trouxe novidades na área de produção leiteira. É o caso da pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos, no interior de São Paulo. O pesquisador Alexandre Berndt, da unidade, está avaliando uma produção leiteira que une a robótica a um sistema de integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF). O sistema usa robô de ordenha num ambiente de pasto. A ideia do estudo é avaliar a produção leiteira nesse novo cenário. 

A aplicação do sistema ILPF, foi destaque no estado de São Paulo no ano passado. Dos investimentos do estado nos órgãos de pesquisa ligados à APTA, cerca de R$ 2 milhões, usados tanto na manutenção da estrutura de suas unidades quanto para impulsionar pesquisas em produção rural sustentável. 

Os projetos com ILPF que receberam mais de R$ 940 mil, dos cerca de R$ 52 milhões aplicados no ecossistema da APTA. De acordo com a instituição, a maior parte das unidades regionais da entidade já possui áreas com espécies florestais, viabilizando a aplicação do ILPF.