sistemas alimentares

Brasil pode liderar transformação alimentar no mundo

Realização da COP no Brasil em 2025 e a presidência do G20 favorecem o país

Redação

em 4 de janeiro de 2024


Uma tempestade perfeita está aparecendo no radar do Brasil e pode ser a oportunidade para o país encabeçar a transformação dos sistemas alimentares no mundo. A opinião é de Ana Yang e Roberto Waack, respectivamente diretora executiva e membro associado do Sustainability Accelerator, Environment and Society Centre. Eles detalharam a oportunidade para o país num artigo para o site Chatham House. 

Para eles, a conjunção de fatores envolve desde a assunção da presidência da COP para a realização do evento em 2025, como a presidência do G20. Outro fator é a entrada definitiva da transformação do sistema alimentar para a agenda global das alterações climáticas, um dos resultados da COP 28, em Dubai. 

Yang e Waack lembram ainda do novo fundo alinhado entre Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, que promete US$ 17 bilhões para apoiar práticas de sistemas alimentares de baixo carbono, e de iniciativas como a Aliança dos Campeões para a Transformação do Sistema Alimentar (com o Brasil como co-presidente). 

Um dos guias propostos pelos dois especialistas é o novo relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Global Roadmap for food system transition

Para eles, o problema da transição é sério e urgente: os sistemas alimentares são responsáveis ​​por cerca de um terço das emissões globais de gases com efeito de estufa, por meio de emissões indiretas provenientes da desflorestação impulsionada pela produção de alimentos, e também das emissões diretas causadas por práticas como a criação de gado, a produção de arroz e a utilização de fertilizantes.

“O Brasil está em uma posição forte para energizar esta agenda e envolver um grande número de economias globais em sua realização. Se o país conseguir mostrar um progresso real como presidente do G20, poderá assumir a presidência da COP de 2025 com autoridade e credibilidade para acelerar ainda mais o ritmo da corrida”, resumem os dois especialistas.