Brasileira Krilltech produz nanoinsumo para melhorar plantas

A biotech brasileira, Krilltech, quer reduzir a dependência do fertilizante e melhorar metabolismo das plantas

Redação

em 16 de maio de 2022


A startup brasileira Krilltech criou um bio-insumo capaz de melhorar o metabolismo das plantas, diminuindo, assim, a necessidade de fertilizantes. Se utilizado em massa, o nanoinsumo pode ser um caminho para a indústria de agronegócios mais sustentável e tecnológica.

O produto criado pela Krilltech se chama “arbolina” e é uma nanopartícula que atua diretamente no metabolismo das plantas, ajudando-as a absorver melhor os nutrientes. 

No momento em que se fala de maior produtividade da agroindústria, garantir que as folhas e os produtos agrícolas fiquem mais saudáveis é essencial. No contexto da pecuária, a arbolina pode garantir que o alimento dos animais esteja com o máximo de valor nutricional possível. Ou seja, contribuindo para a saúde do gado. 

Krilltech: o Biotônico Fontoura para plantas

Em entrevista ao Reset, o CEO da Krilltech, Diego Stone, explicou a arbolina como “o biotônico fontoura das plantas”. Na prática, a molécula consegue aumentar em até 50% a conversão de CO2 em energia da planta,uma vez que a arbolina regula a entrada de nutrientes da membrana celular delas. 

Além disso, a arbolina aumenta a absorção de nutrientes como potássio, fósforo e nitrogênio. Ao garantir que as folhas captem mais tais nutrientes, a nano-partícula também as tornam mais resistentes a estresses hídricos e a mudanças de temperatura. O produto já foi testado com sucesso em mais de 20 tipos de culturas, entre elas a do tomate, feijão, soja, milho e cacau. As nanopartículas são digeridas pela planta e não oferecem risco à saúde humana ou de animais que consomem as plantas.

“Temos clientes que plantam café usando 25% menos fertilizantes e 33% menos pesticidas, sem afetar a produção”, disse o executivo em entrevista ao Reset. O foco é diminuir a dependência de diversas culturas agrícolas de pesticidas e fertilizantes. A empresa não vai parar nesta nanopartícula e projeta lançar quatro outras ainda este ano. Cada uma será específica para aumentar a capacidade das plantas em absorver nutrientes diferentes. 

Nanotecnologia já chegou ao campo

Apesar de ser um substituto do fertilizante, o produto teve de ser encaixado na categoria “fertilizante” do Ministério da Agricultura. Isso porque nem mesmo o Ministério ainda tem sistemas capazes de entender e categorizar esse tipo de inovação. De qualquer forma, a nanotecnologia é realidade no agronegócio brasileiro e o que a Krilttech está propondo é produzir tais insumos de maneira industrial, em larga escala.