Cão de pastoreio faz diferença para bem-estar do gado

Tudo o que as fazendas precisam é de um cachorro. Ou de vários. O cão de pastoreio agiliza o trabalho dos humanos e ainda trazem bem-estar para o gado. No Brasil, a prática está em alta e mostra que a agropecuária está disposta a se adaptar para outros seres de quatro patas.

Originalmente usados para rebanho de ovelhas, os cachorros estão sendo cada vez mais usados para arrebanhar e ajudar nos gados bovinos. Com treinamento apropriado, os cachorros conseguem lidar com até 70 cabeças de gado. Algumas raças conseguem pastorear ainda mais: 100 cabeças de gado.

Os animais se entendem

O cão de pastoreio tem as funções de agrupamento, condução e, em alguns casos, proteção do rebanho. Os pastores dão direção, além de arrebanhar os gados, e conseguem manter o gado unido. O trabalho consegue diminuir o tempo e a quantidade de trabalho na hora de movimentar os bois. 

Entre essas características, é possível destacar a audição aguçada, o instinto de proteção, a agilidade, o temperamento cuidadoso e a personalidade obediente.

Os cachorros se identificam com os bois e acabam tendo uma lida melhor com os animais. 

O manejo dos cachorros é mais ágil e consegue se conectar melhor com os bois, trazendo bem-estar e menos esforço físico para os produtores e para o rebanho.  “O gado atende mais o cachorro do que o vaqueiro quando está adaptado ao cachorro”, disse o peão Adriano Moura, em entrevista ao Globo Rural. 

Treinando o cão de pastoreio

Antes de ir para a fazenda, os cães pastoreios precisam passar por um treinamento árduo. A “escola canina” tem duração de 10 meses a um ano, e o cachorro deve ter pelo menos um ano para começar.  É importante que o animal ainda tenha seus instintos pastoreios preservados e que ele não tenha recebido outro tipo de adestramento para atuar em casa.

Durante o treinamento, o cachorro aprende alguns comandos como: cercar o rebanho; deitar; parar; andar; morder. Além disso, o cão entende como lidar com o gado de maneira dócil. O humano também passa pelo mesmo treinamento, junto com o cão, refinando a conexão entre condutor e cachorro.  

Não é somente o cão que deve ser treinado, o condutor também deve passar pelo treinamento para que os comandos sejam dados corretamente, e assim o animal execute o trabalho com sucesso. Apitos e palavras de comando são usadas para que os cachorros sigam as ordens.

As raças que fazem sucesso

Algumas raças aceitam melhor o treinamento do pastoreio por já terem temperamentos que fazem sentido no ambiente aberto. É o caso do Border Collie. O cachorro consegue trabalhar longe do dono e ir atrás do rebanho sozinho. A raça é especialista em controlar rebanhos de ovelha. 

O Ovelheiro-Gaúcho é visto por campos por todo o Brasil. O animal pode trabalhar solto, e é uma mistura das raças Border Collie e Pastor Alemão. O ovelheiro pode também operar para a segurança do espaço, já que é uma raça que late e avisa os donos de quaisquer movimentos. 

O Australian Cattle Dog é uma outra raça que os produtores querem. O animal pode parecer um cachorro “baixinho”, mas ele tem a capacidade de “empurrar” o gado para o lado do condutor.