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Desastres naturais causaram R$ 287 bilhões de prejuízos ao agro na década

Estudo da Confederação Nacional dos Municípios quantifica prejuízos que desastres naturais causaram no setor desde 2013

Redação

em 23 de maio de 2023


Um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) quantificou os prejuízos na agropecuária com desastres naturais de 2013 até 2022. Foram R$ 237 bilhões causados pelo excesso ou pela falta de água em todo o território brasileiro. De acordo com o levantamento, baseado em dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, houve um aumento da ocorrência de eventos extremos nos últimos anos. 

Os números do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (S2ID/Midr) mostram que os municípios brasileiros registraram 14.635 decretos municipais de anormalidade. A seca é a que mais prejudica o produtor rural, causando 87% dos prejuízos na agropecuária, sendo a agricultura a mais afetada, com 65% do total de prejuízos. 

Secas foram os maiores desastres naturais

A agricultura teve um prejuízo de R$ 216,6 bilhões no período e a seca causou 86% dessas perdas. As chuvas, por sua vez, causaram perdas de R$ 30,3 bilhões. Na pecuária, as perdas foram de R$ 70,4 bilhões e a seca foi responsável por 92%.

O rombo é ainda maior quando se considera o setor privado ampliado – agricultura, pecuária, indústria, serviços e comércio. Nesse caso, o prejuízo total de R$ 320,1 bilhões. Mesmo assim, a agricultura e a pecuária, em virtude da seca ou chuva, respondem por 90% do total de prejuízos nessa cadeia maior. 

O excesso de chuvas causou danos na produção agrícola que foram mais severos nas regiões Centro-Oeste e Sul, onde concentram 70% dos R$ 30 bilhões em prejuízos. Já a pecuária teve um mapeamento diferente dos problemas: as chuvas afetaram principalmente os municípios do Mato Grosso do Sul (R$ 1,3 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,5 bilhão). 

Em relação aos danos causados pela seca na agricultura, 90% dos R$ 186,2 bilhões de prejuízos estão concentrados nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. No período, o Estado do Rio Grande do Sul foi o mais prejudicado, com R$ 38,5 bilhões em perdas que representam 21% do total; seguido do Paraná, com R$ 26,3 bilhões; e Minas Gerais, com R$ 24,8 bilhões.

Na pecuária, a seca concentrou 56% das perdas na região Nordeste puxada pelo estado da Bahia, com R$ 14,73 bilhões, mas também foi muito significativa em Minas Gerais, com R$ 16,58 bilhões. 

Ainda segundo a avaliação da CNM, os dados demonstram que a concentração dos danos são extremamente negativas, principalmente nos municípios produtores de alimentos e também que ocorrem em todo o território, não sendo exclusiva em biomas com características climáticas de excesso ou falta de chuvas.