Empresa brasileira testa luz artificial em confinamento bovino

A MFG Agropecuária está testando o uso de luz artificial no confinamento bovino para encurtar o ciclo de engorda. O grupo adotou a tecnologia na Fazenda Marabá, no Mato Grosso, e espera encurtar o ciclo em cinco a dez dias. O projeto piloto poderá ser um marco para os sistemas de criação intensiva de gado, que hoje totalizariam cerca de 6,5 milhões de cabeças no Brasil. A iniciativa da MFG reproduz o que os avicultores já adotam há anos.

De acordo com André Campanini, zootecnista e condutor da pesquisa, o projeto piloto começou em julho de 2022 e somente após 100 dias deverá ter seus primeiros resultados. Formado em medicina veterinária pela Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), Campanini é membro do Corporativo Técnico da MFG e profissional especializado nos protocolos sanitários, nutricionais e de manejo.

“O objetivo do estudo é avaliar se haverá mudanças de comportamento nos animais, principalmente, na ingestão de alimentos com a exposição à luz por mais horas que o sol permite”, detalha o coordenador da pesquisa. A luz artificial vem sendo aplicada das 18 às 22 horas, adicionando mais quatro horas por dia ao gado confinado. 

Grupo de 460 animais está recebendo mais quatro horas de luz diariamente

Segundo Campanini, a expectativa é de que os animais se sintam mais estimulados, que cadenciem o consumo de alimentos por ter mais horas de luz e que parcelem ainda mais o consumo, melhorando a conversão biológica. Já Fernanda Macitelli, doutora em zootecnia e professora da UFMT, destaca que a luminosidade poderá levar a um acréscimo de 50 a 80 gramas de peso por animal ao dia.

A tecnologia e tem sido usada num grupo de 460 animais: são duas instalações com 230 cabeças cada. Em uma delas, a luz índice diretamente. Na outra, ela é refletida, com o mesmo tanto de luminosidade. Para efeito de comparação, outro grupo de 460 bovinos será mantido em condições tradicionais, inclusive com a mesma dieta.