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Girolandos emitem menos metano e são mais produtivos

Estudo da Embrapa demonstra que a raça é adaptável às mudanças climáticas e às exigências de sustentabilidade

Redação

em 11 de julho de 2023


A Embrapa Gado de Leite apresentou ao mercado a grande novidade de 2022 sobre avaliação genética da raça Girolando. O último Sumário de Touros informa a PTA (capacidade de transmissão prevista para os descendentes, na sigla em inglês) da raça. O trabalho foi desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

Para incluir o PTA no sumário, a Embrapa utilizou resultados de um minucioso estudo envolvendo 650 mil controles leiteiros, de mais de 69 mil animais, sendo 21 mil deles genotipados ao longo de uma década.

A conclusão dos estudos foi de que bovinos Girolando emitiram 39% menos metano por quilograma de leite, no período de 2000 a 2020. Já a produção do alimento foi 60% maior. Somado aos dados de conforto térmico e ao histórico genético, foi possível definir a raça como promissora, frente às mudanças climáticas e exigências de retração dos níveis de emissões dos gases de efeito estufa.

“Podemos observar a superioridade dos animais Girolando para tolerância ao estresse térmico, uma vez que a diferença pode chegar a 10 °C quando comparamos os limites extremos de tolerância ao calor”, disse Renata Negri, ao site da Embrapa. Ela é doutora em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e bolsista da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

O cruzamento do Gir Leiteiro com a raça Holandesa explica o ótimo desempenho do Girolando para a tolerância ao calor e a manutenção da produtividade elevada.

Evolução dos Girolandos

O Gir é de origem indiana e passou pela seleção natural para suportar o clima tropical por séculos. Além disso, suas características de produção, reprodução e adaptabilidade têm sido intensificadas no Programa de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro desde 1985. No caso da raça Holandesa, de origem europeia (Bos taurus), o objetivo da seleção foi a alta produção de leite.

“As vacas Girolando, comparadas às Holandesas, tendem a ter melhores desempenhos produtivo e reprodutivo, apesar do aumento da temperatura e da umidade. Dessa forma, a raça contribui para que a oferta de matéria-prima para os laticínios seja mais estável, independentemente da estação do ano e das condições climáticas”, observou Marcos Vinicius Guarberto Barbosa da Silva, pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

Os produtores de regiões tropicais são especialmente interessados no conforto térmico do Girolando, por serem obrigados a lidar com extremos de calor e de umidade em períodos do ano, por conta das mudanças climáticas.