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Investimentos em startups do setor agrícola (agtechs) crescem 60% em 2021

Agtech Report aponta que startups do setor agrícola receberam mais de R$ 109 milhões de investimentos em 2021

Redação

em 15 de julho de 2022


De acordo com o levantamento da Distrito, plataforma que conecta startups a empresas, as agtechs (startups do setor agrícola) brasileiras levantaram R$ 109,2 milhões em investimentos no ano passado. Isso representa um aumento de cerca de 60% em comparação a 2020. Os dados apontam que 34 acordos de investimento foram fechados em 2021.

A Distrito conta que, por alguns anos, o setor de agtech foi preterido pelos investidores, mas esse quadro começou a mudar a partir de 2017. Desde então, a plataforma observa um crescimento ano a ano do volume aportado nas soluções tecnológicas para o agronegócio. A previsão para 2022 é positiva, já que, até maio, o número de negócios na área chegou a 10 e alcançou metade de todo o volume investido em 2021.

Quem concentra o maior volume de investimento são as startups de agricultura de precisão, composta por softwares de gestão da produção agropecuária e de soluções de Internet das Coisas (IoT). Também são elas que mais representam as agtechs em quantidade, com 35% do total.

A Distrito acredita que setores como biotecnologia e novel farming podem abrir espaço e diversificar os investimentos em agtechs. Ambas categorias contam com unicórnios em outros países, o que pode atrair o olhar de investidores para elas no Brasil também.

Tendências das agtechs

O estudo aponta duas tendências para a área de agtechs. A primeira é a “carne de laboratório”, que é uma forma de atingir a segunda tendência, que é a redução de emissões de gases de efeito estufa. Essa tecnologia permite a redução de emissões, trazer menor impacto ambiental (principalmente relacionado ao desmatamento) e adoção do público vegano a esse tipo de produto.

O principal desafio do avanço dessa tecnologia se refere a produção de larga escala do alimento, além do preço desse tipo de carne ser inacessível à maior parte da população. No entanto, as expectativas são de que essa indústria consiga encontrar soluções para esses problemas e em breve esteja disponível nas prateleiras dos supermercados.

Segundo a McKinsey, a produção de proteína animal alternativa pode trazer impactos diretos anuais entre US$ 45 bilhões a US$ 125 bilhões mundialmente nos próximos 20 anos.

Ainda sobre a redução de emissões, o agronegócio tem se movido em direção de formas de reduzir exponencialmente a liberação do gás carbônico durante a produção de commodities. Uma das alternativas é a redução de fertilizantes com nitrogênio (que libera ácido nítrico da atmosfera e é uma das maiores causas da chuva ácida), enquanto os pecuaristas buscam elaborar novos métodos de nutrição bovina para reduzir a liberação do gás metano.