manejo nutricional

Manejo nutricional reduz perdas na seca, indica Embrapa

Técnicas aplicadas antes da estiagem podem ajudar a gado a engordar

Redação

em 2 de setembro de 2022


As épocas de seca são um desafio para o produtor agropecuário. Todo ano, durante o período, as pastagens diminuem, contam com menos valor nutritivo e impactam o bem-estar dos animais. Além disso, há o risco de enfraquecimento do gado, mas a boa notícia é que técnicas e tecnologias de manejo nutricional podem ser aliadas da fazenda nesse momento, indicam especialistas da Embrapa. 

O primeiro ponto é que a estratégia para enfrentar a seca precisa ser feita durante épocas de chuva. Afinal, é quando se tem água para planejar ações contra a estiagem.

Terminação Intensiva a Pasto contra a seca

Manejar o pasto é uma das formas mais eficientes de garantir que o animal tenha um crescimento saudável durante todas as épocas do ano. Uma das técnicas conhecidas para manejo nutricional é a terminação intensiva a pasto (TIP). No modelo TIP, a ideia é unir o confinamento ao pasto. Ou seja, o animal consome, no pasto, a mesma quantidade de ração que é fornecida quando está confinado.

De maneira prática, usando a TIP, o produtor fornece 90% do que o animal precisa comer no cocho e 10% no pasto. Para a TIP funcionar, é indicado que menos animais fiquem nos espaços, dando mais lugar para eles se movimentarem.

Pesquisa feita pela Embrapa, em Campo Grande (MS), mostrou que ao usar a TIP, o resultado foi de 2,35 arrobas a mais por animal, quando comparado à suplementação proteico-energética de 1,5 kg de ração/dia.

Manejo de pastagens 

Lotação, adubação e diferimento de pastagens são passos essenciais para manejar o pasto antes dos períodos de seca, diz o pesquisador Ademir Zimmer, da Embrapa. Em pesquisas da Embrapa Gado de Corte (MS), por exemplo, mediu-se a eficiência produtiva e financeira da adubação do capim-marandu em diferentes alturas de pastejo. Na altura de 15cm, o ganho de peso vivo (kg/ha) foi de 276, com saldo por kg de adubo de R$ 2,25. Já em pastos com 45cm de altura, o ganho foi de 524 kg/ha, com um saldo de R$ 8,75, representando aumento de 290% em relação aos 15cm citados anteriormente. 

Nos valores médios de 2022, os ganhos em produção (direto) em 45cm foram de R$ 1,8 mil (R$/ha/ano). O benefício total em 200 hectares (R$/mês), a uma altura de 45 cm, ultrapassa os R$ 34,5 mil, sempre tendo como altura de referência os 15cm. 

Volumoso para evitar a seca

Por fim, o uso de volumoso e forragem para proteger as pastagens da limitação de água e luz trazidos na seca também é uma forma de manter o alimento do boi nutritivo.

O importante, como informou o pesquisador Vitor Oliveira, da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural do Mato Grosso do Sul, é obter todo o potencial da tecnologia de forragem escolhida, seja por capim, feno, silagem e silagem de pré-secados durante a estação das águas.