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Marfrig Verde+ quer gado 100% livre de desmatamento até 2030 

Programa terá relatório auditado em 2023, com resultados de monitoramento de fornecedores

Redação

em 4 de janeiro de 2023


A Marfrig tem uma meta arrojada em relação à sua cadeia de fornecimento de gado e pretende que ela seja totalmente livre de desmatamento nos próximos oito anos. Para isso, a empresa só tem um programa específico: o Marfrig Verde+. A iniciativa, criada em 2020, tem o objetivo de acelerar a sustentabilidade da pecuária no Brasil, minimizando os impactos dessa atividade sobre os biomas amazônico, do Cerrado e de outros no país. 

O programa tem sido implementado por etapas. Entre 2022 e 2025, os objetivos envolvem o protocolo para reinclusão de produtores bloqueados, tornando possível que voltem a cumprir os critérios de sustentabilidade da companhia, e a execução do programa de rede de suporte técnico, que abordará a intensificação e restauração por meio de melhoria da pastagem e de genética, além da nutrição animal.

O Marfrig Verde + tem outros dois marcos temporais, que são: o atingimento total da rastreabilidade da cadeia de fornecimento da Marfrig na Amazônia (até 2025), e o mesmo tipo de rastreabilidade dos fornecedores localizados no Cerrado e demais biomas (até 2030). 

As ações estruturadas da empresa em 2022 devem ser auditadas e apresentadas em 2023, reforçando a divulgação de resultados anuais. A documentação deve refletir o trabalho desenvolvido com suporte da Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH), instituição público-privada holandesa, entre outras organizações, e também a parceria com a Agroícone, think tank que tem ajudado a Marfrig a desenvolver parâmetros e procedimentos para auditar os processos e dados do Marfrig Verde+. 

O acompanhamento envolve fornecedores diretos e indiretos. No caso dos primeiros, os dados mais recentes mostram que 100% das propriedades são monitoradas. Em relação aos fornecedores indiretos, a prestação de contas acontece por meio dos fornecedores diretos e mostram o seguinte monitoramento: 62,3% dos produtores diretos, com fazendas no Bioma Amazônia, prestaram contas de seus fornecedores e 67,2% dos produtores diretos localizados no Cerrado enviaram informações sobre suas respectivas cadeias de valor. 

Produção, conservação e inclusão: tripé da Marfrig Verde+

Esse é o tripé do programa e também o direcionamento que permitiu que 2.054 fazendas produtoras, antes suspensas de fornecimento, fossem reincluídas no cadastro da Marfrig em 2021. Esse número representou 26% dos fornecedores ativos da empresa no período. O processo de reinserção envolveu suporte técnico documental, assessoria jurídica e análises técnicas geoespaciais multitemporais. O resultado das ações levou os produtores anteriormente banidos, a voltar a operar em conformidade com os compromissos socioambientais da empresa.

O programa também foca no aprimoramento dos produtores que estão alinhados com a Marfrig e envolve o financiamento de boas práticas. É o caso do investimento de US$ 30 milhões para melhoria das práticas de gestão da cadeia de fornecedores localizados na Amazônia e no Cerrado. A ideia é engajá-los em esforços de conservação das florestas, intensificação do uso de pastagens, recuperação de áreas degradadas e restauro de áreas desmatadas. 

Outra atuação é o suporte técnico para que o produtor adote, em suas propriedades, tecnologias que aprimorem a produção e a tornem mais sustentável, de forma a conduzi-lo a práticas pecuárias que conciliam produção e conservação. São iniciativas como o Programa Bezerro Sustentável, voltado a fomentar a profissionalização de pequenos produtores na atividade de cria, que é a primeira fase da produção do gado.

Engajamento positivo 

A rastreabilidade é outra frente do Marfrig Verde+, que tem aperfeiçoado as ações da empresa para identificar a origem do gado adquirido. Hoje, além de verificar a procedência dos animais pelo fornecimento direto, a empresa melhorou os critérios e práticas para que os produtores compartilhem informações sobre seus próprios fornecedores. A ação trouxe maior clareza e rastreabilidade em relação aos fornecedores indiretos, que são o ponto crítico da cadeia de valor. Importante: os pecuaristas que compartilham informações podem ser bloqueados como fornecedores. 

O Marfrig Verde+ também foi a base de um alinhamento importante e que favorece o engajamento dos produtores: as diretrizes do programa foram usadas para a revisão do Marfrig Club, iniciativa que incentiva os fornecedores na melhoria contínua de suas práticas produtivas, alinhados aos mais relevantes índices globais de sustentabilidade. Entre as medidas de melhoria estão as orientações relativas a temas como mudanças climáticas, quantificação de emissões de gases de efeito estufa e riscos ambientais, como o de escassez hídrica. 

Esse alinhamento é importante porque Marfrig Club, instituído em 2010, agrega 100% dos fornecedores diretos, ou seja, cerca de 8 mil produtores. Um dado relevante é que 33% deles aprimoraram práticas, migrando para classificações superiores em 2021. 

E mais: o avanço do Marfrig Verde+ acontece em toda a cadeia de fornecimento, caso da soja, que representa menos de 2% do total de insumos, mas só é adquirida de empresas que produzam esse insumo em áreas onde não haja desmatamento. E esse é só um exemplo de compra responsável alinhada com o programa.