melhoramento genetico bovino

Melhoramento genético bovino pode ser um aliado da sustentabilidade

Seja em bovinos de leite ou corte, o melhoramento genético está viabilizando uma produção mais eficiente

Redação

em 21 de fevereiro de 2024


Seguindo a tendência global, o  Brasil também caminha em busca de uma produção pecuária sustentável já há alguns anos. E o melhoramento genético bovino pode ser uma ferramenta aliada neste processo, uma vez que ele pode resultar no aumento de produtividade, na redução das emissões de gases de efeito estufa e na melhoria da qualidade da carne, além de permitir que o rebanho se adapte a diferentes sistemas de produção.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve diversas pesquisas na área de melhoramento genético bovino, com foco na sustentabilidade da produção. O Programa Geneplus, por exemplo, oferece aos criadores, por meio de técnicas de fecundação in vitro, a produção de embriões, clonagem e até a reprodução bovina de alta qualidade, com características genéticas aperfeiçoadas.

Para Bruno Borges Machado Teixeira, conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul, esta é uma questão que deve ser tratada como prioritária no panorama agropecuário moderno. “O melhoramento animal surge como a espinha dorsal na busca incessante por eficiência, produtividade e sustentabilidade”, declarou ao Globo Rural

Melhoramento genético bovino e bem-estar animal 

Segundo Teixeira, na pecuária, em especial na produção de gado bovino, são os médicos-veterinários e zootecnistas que desempenham esse papel na evolução da prática. Dessa forma, os profissionais garantem, também, o bem-estar animal em todas as fases do melhoramento genético. 

O processo se inicia pela seleção genômica, que é um ponto crucial no melhoramento animal. Para ele, é essencial identificar os marcadores genéticos associados às características desejáveis, para que os médicos-veterinários e zootecnistas apliquem seus conhecimentos em estratégias de seleção mais eficazes. 

Teixeira explica que esse é um processo contínuo. Segundo ele, a seleção e a reprodução dos animais com determinadas características melhoraram a qualidade da geração seguinte e tornam a produção mais eficiente e lucrativa.

Avaliação genética em prol da sustentabilidade

O melhoramento genético bovino ganhou destaque na pecuária em função dos benefícios permanentes e cumulativos. “Apesar dos custos iniciais, os resultados são duradouros”, afirmou Teixeira.

A avaliação genética agrega não só o valor genético de cada animal, mas, também, permite ranquear os animais selecionados de acordo com a avaliação. Trata-se de uma técnica que possibilita o aprimoramento do material genético do rebanho de forma cumulativa, o que gera benefícios financeiros ao longo do tempo.

Nos bovinos de leite ou corte, o melhoramento genético impacta na redução de custos de produção e acelera o tempo para o abate. Outra dado importante é a padronização do rebanho, que permite um controle melhor sobre a criação. “Com os dados dos animais, é possível conseguir a redução de doenças e o melhor desempenho dos bovinos”, completou o médico veterinário.