mfg e jacarezinho

Fazendas mostram por que compõem a cadeia de produção sustentável da Marfrig

Com projeção de abate de 286 mil cabeças só em 2022, Grupo praticamente dobrou a produção, e fez isso em paralelo a aprimoramentos contínuos na precocidade, via melhoria genética, bem-estar e outros avanços com os animais

Redação

em 1 de agosto de 2022


Na região de Tangará da Serra (MT), a Fazenda Mathovy é exemplo da cadeia sustentável da carne da Marfrig. A fazenda engloba duas unidades do Grupo: a área de recria da Agropecuária Jacarezinho e o confinamento da MFG Agropecuária, que é um dos maiores produtores de bovinos do país, com projeção de abate de 286 mil cabeças só em 2022. Nos últimos anos, o Grupo praticamente dobrou a produção, e fez isso em paralelo a aprimoramentos contínuos na precocidade, via melhoria genética, bem-estar e outros avanços com os animais.

Segundo Leone Furlanetto, diretor de Planejamento Estratégico do Grupo, essas ações se refletem diretamente  no aumento da eficiência alimentar e na diminuição da emissão de metano, o que contribui para a alimentação e erradicação da fome no planeta com sustentabilidade ambiental, em linha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS 2), da ONU. 

“É importante lembrar que, desde os anos 1980, com aceleração a partir de 2000, o setor agropecuário brasileiro vem evoluindo rapidamente na qualidade genética dos bovinos, o que se reflete em animais criados por menos tempo (precocidade) e validados por certificações mundiais para a sustentabilidade do setor, como a Rainforest Alliance”, diz Furlanetto. Ele destaca que o Grupo, com 29 anos de existência, foi a primeira empresa brasileira a receber a certificação citada, ainda em 2012.

Precocidade dos animais e redução de emissões

pasto

As evoluções na precocidade dos animais já são medidas e resultam na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Os animais que antes levavam 44 meses para chegar ao ponto de abate, agora levam cerca de 20 meses. A relação é que, enquanto cada kg de carne correspondia à emissão de 1,36 kg de gás metano para a atmosfera anos atrás, agora cada kg de carne corresponde à emissão de 0,53 kg de gás metano nas operações, de acordo com a pesquisa de Chizzotti et al. (2011) . “E estamos buscando melhorias genéticas para reduzir ainda mais o tempo de abate e, consequentemente, a emissão de metano”, afirma Furlanetto.

Esse avanço, associado a outras práticas sustentáveis – onde se incluem várias soluções para captura de carbono -, está levando o Grupo agropecuário à produção da carne de baixo carbono, em parceria com a Marfrig e a Embrapa. “E isso está acontecendo ao mesmo tempo que aumentamos a produção ano após ano”, pontua Furlanetto.

Antes de detalhar as ações, ele ressalta que as instituições responsáveis pelo clima precisam amadurecer com as metodologias para medir as emissões de gases de efeito estufa em países de clima tropical, como o Brasil. Isso porque nós teríamos condições naturais mais favoráveis para o sequestro de carbono pela natureza do que países que já não contam com a nossa densidade florestal e biodiversidade.

Confinamento experimental e medição de metano emitido por animal

Voltando às ações práticas do Grupo agropecuário que congrega a Jacarezinho e a MFG, os avanços em genética sustentável levam à redução de emissões por tempo produtivo, à medida que os especialistas estão identificando linhagens de bovinos que emitem menos metano na ruminação. “Implementamos, em parceria com o Instituto de Zootecnia (IZ) e a universidade holandesa Wageningen University & Research, uma tecnologia de mensuração de gás metano emitido por animal, e estamos validando esse e outros insights”, adianta o especialista.

A solução consiste em uma tubulação acima da narina do animal, que capta e armazena em uma bolsa os gases emitidos na ruminação. O dispositivo é combinado aos dados de ingestão de alimento e água, de modo que, toda vez que o animal acesse o cocho e o bebedouro, são coletados dados sobre o consumo.

As informações são transmitidas por internet móvel, provida por uma rede de fibra óptica própria da fazenda, e seguem para o software onde são avaliadas as conversões alimentares (quantidade de alimento x ganho de peso). 

Os dados de alimentação são cruzados com a quantidade de gás metano expelido, permitindo uma análise no que tange o índice de emissões de poluentes durante a sua vida útil. Esses dados ainda são usados para análises genéticas, a fim de descobrir as linhagens que produzem mais, consumindo menos alimento e ainda emitindo menor quantidade de gás metano.

Os animais chegam, em média, a 21 arrobas no processo de produção da MFG, que garante a qualidade avaliando ainda o acabamento do animal, a curva de consumo e outros atributos técnicos e científicos, como o controle de doenças. 

Em 2021, o Grupo faturou cerca de R$ 1,3 bilhões, e toda a produção – que pode saltar de 209 mil para cerca de 350 mil cabeças/ano até 2025 – está distribuída em oito confinamentos e sete fazendas no Brasil. Juntas, essas estruturas somam mais de 150 mil hectares, e tudo isso é usado para abastecer a cadeia de produção sustentável de carne da Marfrig.