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Pasto pode ser aliado contra a mudança climática

Indústria da carne pode ajudar na captura de carbono a partir de gerenciamento do pasto e da alimentação dos animais

Redação

em 30 de maio de 2022


O pasto, mais especificamente, o ato de pastar, pode ser uma fonte rica e importante para a captura de carbono do ar, ajudando também a reduzir o passo da mudança climática no mundo. Isso porque o processo de captura de carbono, ou sequestro de carbono, acontece quando o gás carbônico que já existe no ar é absorvido e transformado em oxigênio. As plantas fazem isso naturalmente e, com ajuda da ação do pastoreiro, podem capturar mais carbono, dizem especialistas.

O ciclo virtuoso do pasto

Deixar o gado livre no pasto é uma forma de restaurar o solo, indicam especialistas, pois o próprio ato de ruminar faz com que os animais reciclem nutrientes. Isso ocorre porque o gado consome e digere plantas e seu esterco enriquece o solo, permitindo que plantas novas e saudáveis ​​cresçam de forma rápida e eficaz. Essas, por sua vez, capturam carbono.  

Além disso, quando feito de maneira extensiva – ou seja, com animais dividindo um pasto longo – o processo ajuda a retirar raízes mortas de plantas, melhorando a qualidade do solo. “Mais grama nas pastagens leva a mais carbono no solo. Então o solo é mais saudável e é enriquecido. As plantas são mais saudáveis e a diversidade é melhor”, disse Steve Wooten, presidente da mesa redonda e presidente da Colorado Cattlemen’s Association, em reportagem da NPR.

Tempo do pasto e sustentabilidade

A gestão do pasto, segundo o professor da University of Alberta, Mark Boyce, pode torná-lo ainda mais verde. Segundo ele, o sistema rotativo faz o gado pastar em um ambiente menor por um curto período de tempo, normalmente menos de uma semana. O gado é então transferido para outro piquete, dando à vegetação a chance de se recuperar antes de ser pastada novamente.

“O pastoreio de gado bem administrado é consistente com o sequestro e armazenamento líquido de carbono nas grandes planícies. Podemos afundar grandes quantidades de carbono nos solos, compensando as emissões da indústria, veículos e muito mais”, disse Boyce, em entrevista ao site da Universidade de Alberta.

Aliado à diminuição na emissão de gases metanos dos animais, o que tem sido feito via alimentação e mudanças genéticas, o pasto verde e de qualidade é um caminho para tornar a carne carbono negativa.