Pessoas são centrais na restauração de florestas, aponta WRI Brasil
Relatório traz estudos de caso sobre o papel da governança na restauração de paisagens e florestas no Sudeste do Brasil
O sucesso ou fracasso da restauração depende de como as pessoas agem em relação ao território e umas com as outras, ou seja, como elas governam sua paisagem. Essa é uma das avaliações dos autores do relatório A paisagem social no planejamento da restauração, publicado pela WRI Brasil. O documento traz estudos de caso de três regiões do Sudeste e foi elaborado em parceria com especialistas da Unicamp e USP.
De acordo com os organizadores do material, os resultados apresentados buscam contribuir para discussões e ações de restauração no país. Os dados demonstram ainda como a governança está estabelecida nas áreas estudadas, quais lacunas precisam ser vencidas e como os atores sociais, com atuação em diferentes escalas, podem contribuir para que a restauração seja inclusiva, justa e potencialmente escalonável.
As três regiões analisadas no estudo incluem as bacias dos rios Itaúnas e São Mateus, no norte do Espírito Santo, a bacia do rio Doce, em Minas Gerais, e o Vale do Paraíba paulista. “Apesar de inseridos no mesmo bioma (Mata Atlântica), diferentes circunstâncias levaram ao impulsionamento da agenda da restauração e ao consequente estabelecimento de estruturas de governança com características distintas”, destacam os especialistas em referência à escolha dos locais de estudo.
O relatório mostra ainda que os Comitês de Bacias Hidrográficas são os principais espaços de governança estabelecidos nas três regiões com potencial para alavancar a agenda da restauração de paisagens e florestas, promovendo debates e estratégias para fortalecimento das redes apresentadas no estudo.
Produtores têm papel central
Já os produtores rurais são identificados como os atores com maior conexão com outros agentes e instituições. “Isso é esperado na medida em que são detentores da maior parte das terras nas três regiões. São considerados centrais nas redes de informações técnicas, insumos e materiais e monitoramento e auditoria, inclusive são fornecedores de bens e serviços agropecuários e ecossistêmicos”, destaca o sumário executivo do relatório.